Aparecido Raimundo de Souza
Amo de paixão, a tua voz, as tuas palavras de carinho e conforto. Amo a tua ternura bucólica que inebria meu “eu interior” acendendo uma chama que não se apaga nunca. Espia, mulher da minha vida, dos meus devaneios, tenho, cá comigo -, verdade seja dita -, tenho cá comigo, a ligeira impressão que essa chama vinda de teu mais recôndito “escondidinho” tem vida própria e se propaga em abundância.
Ah, eu amo! Te amo, confesso, com a mesma intensidade essa felicidade que emana do teu calor, da tua alma. Sério, moça. Amo esse teu calor imperecível e abrasador que a cada novo porvir me transporta para um mundo diferente, tipo assim, um planeta oculto em algum lugar ilimitado e perpétuo, um espaço-mundo onde tudo fala e transpira a paz e a tranquilidade que só os apaixonados sentem e vivenciam.
Amo teus gestos mais sutis, teus trejeitos faciais, teu andar despretensioso, mas que no fundo mexe com minha cabeça e me deixa fora de órbita. Me faz escrever e misturar tu com você -, você com tu -, como se não tivesse medo de um catedrático da língua pátria me chamar a atenção por “escrevinhar” erroneamente. De verdade? Não tenho. Pouco me importo com a língua fluente. O que me importa, é quando fico literalmente ao acaso do eixo que me mantém em terra firme. É nessa hora quando mais me apaixono por tua pessoa.
Por isso, acredite, amada minha, amada amante, eu amo o teu desprezo cruel, o teu descaso, o teu desagasalho, a tua derrelição quando brigamos por motivos fúteis e banais. Amo cada vez mais inebriado a tua indelicadeza quando finges estar zangada, ou fula da vida, doida para me voar no pescoço... mesmo norte, venero e cultuo o teu silêncio.
E, de forma gigantesca e tresloucada, te amo como igualmente me entrelaço em teu peito arfante, quando em algumas horas tu te descompassas, se faz infeliz, chora, soluça, se veste de sombras negras de medo, notadamente de um mórbido e soturno receio incomensurável quando digo para ti... quando digo para ti, que vou partir...
Nessas horas, meu todo por dentro emite sons estranhos, como vozes ásperas e dementes de fantasmas iracundos, tudo num barulho soando em meus tímpanos como portas empenadas e dobradiças enferrujadas. Respiro em espasmos, cercado pelo horror, sentindo o contato tenebroso da derrota e o gosto de todos os infortúnios me ferindo com facas pontiagudas meu desprotegido coração.
Todavia, quando tu me abraças, ah, quando tu me beijas, me acarinha... perceba, uma sensação de paz e tranquilidade me faz acreditar piamente que tu és o meu amor sempiterno. E que nada nesse mundo... nada, absolutamente nada vai nos separar ou nos conduzir por caminhos desiguais. Nosso amor, minha princesa é prestigiado e cuidado carinhosamente, de ponta a ponta, pelos regozijos sublimes do Pai Maior.
Título e Texto: Aparecido Raimundo de Souza, de Vila Velha no Espírito Santo, 12-7-2024
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