J.R. Guzzo
Quando você ouve, olha e lê na mídia a gritaria desesperada com que os especialistas, comentaristas e analistas internacionais anunciam o fim do mundo a curtíssimo prazo, por causa das decisões do presidente Donald Trump, pode ficar frio. Quanto mais alto o barulho, mais certo você pode ficar de uma coisa: não vai acontecer nada, zero, do que essa gente toda está dizendo. O que está se vendo, no mundo das realidades, é puro e simples rancor, embora não exista nada de puro nem de simples nessa história.
Os jornalistas, em Nova Iorque
ou em Santa Cecília do Pavão (ou em Lisboa), perderam as eleições nos Estados
Unidos e não se conformam com isso, de jeito nenhum. Convenceram a si próprios,
então, que é seu dever fazer oposição a Trump. Já que o cidadão americano não
entende que tem de ser contra o seu presidente e às coisas que ele está
fazendo, a mídia mundial se vê levada a assumir o comando da resistência.
O que realmente não se perdoa a Donald Trump, na mídia, nas classes
intelectuais e no consócio Lula-STF, é o fato de que ele ganhou as eleições. É
isso, na verdade, o que não suportam
Desde o seu primeiro dia na presidência, segundo o noticiário e as análises dos “especialistas”, Trump não fez absolutamente nada de certo, ou mesmo de normal – nem escovar os dentes. Ao contrário, só cometeu erros, um depois do outros, e todos fatais. É um milagre, diante disso, que a Terra ainda esteja rodando no sistema solar – mas ninguém perde por esperar, diz a mídia, porque estamos todos indo para o saco com as decisões desse demente que está no comando da maior potência do planeta.
Começou, imagine só que
absurdo, expulsando lotes de brasileiros que estavam ilegalmente nos Estados Unidos. Fechou a usina de corrupção que
dava dinheiro para ONGs dedicadas a acabar com o capitalismo no mundo. Opõe-se
ao uso de dinheiro público com crianças que, segundo os adultos, estão
“confusas” em relação ao próprio sexo. Como a humanidade poderia resistir a
isso tudo, e mais do mesmo?
A última calamidade, anunciada
com uma histeria sem precedentes nestes nossos dias de culto ao pânico, é o
aumento de tarifas de importação nos Estados Unidos, seguidos de anúncios de
retaliação por parte da China e da Europa. (O Brasil, por sua viralatice
genética no comércio internacional, tem a sorte de estar na periferia dessa
briga até agora.)
Os Estados Unidos, após
décadas como o paraíso dos exportadores do mundo inteiro, decidiram, em
legítima defesa de sua economia, cobrar reciprocidade de tarifas dos parceiros
comerciais. Ou seja: querem tratar os outros da maneira como são tratados por eles,
nem mais e nem menos. Pronto: é o fim do comércio mundial, gritam todos.
Naturalmente, ninguém jamais
abre o bico quando a Europa e a China tomam medidas do protecionismo feroz em
relação à suas próprias economias. O Brasil que o diga; até Lula sabe o quanto
as exportações brasileiras são perseguidas nesses países que hoje se declaram
escandalizados com Donald Trump. Compram estritamente o que precisam, nem um
grão de milho a mais – e quando não estão socando tarifa de importação, criam
barreiras supostamente sanitárias, exigências de ordem ecológica, atestados de
boa conduta no combate contra a “mudança do clima” e tudo o que um burocrata
politicamente correto pode tirar da sua sacola de sacanagens ideológicas. Trump
faz muito menos que isso tudo. Mas 100% dos analistas acham que ele é o Apocalipse
– now.
O que realmente não se perdoa
a Donald Trump, na mídia, nas classes intelectuais e no consócio Lula-STF, é o
fato de que ele ganhou as eleições. É isso, na verdade, o que não suportam.
Sonham, agora, com uma nova Jerusalém: a China, que em suas fantasias deveria
substituir os Estados Unidos como condutor do mundo. Essa gente, quando erra,
faz questão de errar em tudo.
Título e Texto: J.R. Guzzo, Gazeta do Povo, 12-4-2025, 8h
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