quarta-feira, 30 de abril de 2025

A grande disputa de opiniões


Paulo H. Santos

Com os acontecimentos recentes da morte do Sumo Pontífice e a aproximação de um novo Conclave, como não podia deixar de ser, o mundo inteiro virou especialista em Igreja, Teologia, Direito Canônico e Espírito Santo. Cada sujeito com Wi-Fi e um teclado se acha mais competente que dois mil anos de Tradição. É uma babel de opiniões, muitas vezes histéricas, quase sempre patéticas em que cada um se sente autorizado a dizer o que o próximo papa deveria fazer, pensar, ser.

Nunca foi tão claro que a opinião é o único sacramento dessa geração perdida. Pensar, estudar, meditar? Nada disso! O que importa é sentir. E, no impulso dessa emoção barata, formam-se julgamentos que fariam corar de vergonha qualquer fiel que conhecesse minimamente o Catecismo.

É preciso dizer o óbvio: a Igreja não é democracia. A Igreja é o Corpo Místico de Cristo. E, nesse Corpo, ninguém tem voz sem antes ter ouvido. Uma fé autêntica é uma fé obediente, e a obediência é antes de tudo um reconhecimento da nossa miséria diante do mistério. Quem se julga capaz de determinar aquilo que deveria ser?

O Conclave não é concurso de vaidades. É guerra espiritual. E quem assiste de longe com soberba no coração, julgando os cardeais como se fossem políticos de quinta, não entendeu nada. É hora de rezar, de jejuar, de pedir a misericórdia de Deus para a resolução dos problemas que não têm solução humana. Não há papa perfeito porque não há homem perfeito. Só a Graça sustenta a Igreja, não os palpites de internautas ociosos.

O lugar do fiel é aos pés da Cruz, não no palanque da opinião. Estudar a doutrina, formar a consciência reta, obedecer ao Magistério: eis a verdadeira ação dos tempos sombrios. Tudo o mais é barulho de prataria caindo no chão.

Que Deus tenha piedade de nós, que somos tão ligeiros para julgar e tão lentos para rezar. Que Ele dê à Sua Igreja um pastor segundo o Seu coração, e que a nossa opinião, para o bem de nossas almas, desapareça sob o peso glorioso da Verdade. 

Novena escrita pelo Cardeal Burke para ser rezada e meditada durante estes dias:

ORAÇÃO PARA O CONCLAVE:

Prostro-me diante de Vós, ó Virgem Mãe de Deus, Nossa Senhora de Guadalupe, compassiva Mãe de todos os que Vos amam, Vos invocam, Vós buscam e em Vós confiam, neste tempo tumultuoso para a Igreja e para o mundo, rogai a vosso Divino Filho para que os Cardeais da Santa Igreja Romana, Seu Corpo Místico, obedeçam humildemente as inspirações do Espírito Santo, Por Vossa intercessão, que eles escolham o homem mais digno para ser o Vigário de Cristo sobre a terra.

Amém.
Coração de Jesus, salvação dos que em Vós confiam, tende piedade de nós!
Nossa Senhora de Guadalupe, Virgem Mãe de Deus e Mãe da Divina Graça, rogai por nós! 

Título e Texto: Paulo H. Santos, ContraCultura, 30-4-2025

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