J.R. Guzzo
O Supremo Tribunal Federal, atualmente presidido pelo ministro Luís Roberto Barroso [foto], está há anos numa corrida para superar seus limites quando se trata de afundar no poço que cavou para si próprio. Infelizmente, quando se pensa que os ministros chegaram ao que se poderia chamar de “fundo técnico” do poço – pior que isso eles não podem fazer – eis que alguém ali consegue baixar a novos patamares o comportamento aberrante da nossa “suprema corte”, como diz o presidente Lula.
Em primeiro lugar, neste
último surto de disparates, Alexandre de Moraes negou a extradição para a
Espanha de um traficante de drogas búlgaro para se vingar da recusa das
autoridades espanholas a extraditar para o Brasil um militante político
brasileiro que está na lista negra do STF. Trata-se de um episódio inédito de
mesquinharia ilegal. O que uma situação poderia ter a ver com a outra? Nada,
mas Moraes não admite que a Justiça da Espanha tenha o direito de tomar
decisões que o contrariam – e premiou o Brasil com a liberdade, disfarçada de
“prisão domiciliar”, de mais um bandido.
Por uma questão mínima de autorrespeito,
o presidente do STF, ou qualquer dos seus ministros, não pode, simplesmente não
pode, sair por aí batendo boca com jornalistas. É amador. É humilhante. É um
insulto à dignidade que o tribunal mais elevado da Justiça brasileira deveria
ter
É mais uma decisão selvagem, mesmo para os padrões do ministro Moraes, mas o STF, como o tubarão-branco, não dorme nunca. Logo depois de libertado o traficante búlgaro, vem o presidente do tribunal, Luís Roberto Barroso, e se rebaixa a sair discutindo em público uma matéria publicada na imprensa. Onde já se viu uma coisa dessas, em qualquer corte de Justiça de país sério? Nunca se viu, porque não existe nada de tão baixo nível na Justiça mundial, hoje, do que o STF.
Como se sabe, a revista
inglesa The Economist acaba de publicar um artigo dizendo, com o máximo de
educação, que o STF é um desastre – por todas aquelas razões que você está
cansado de saber, pelo que publica há anos a imprensa brasileira
não-estatizada. Mas dessa vez as críticas vieram em inglês, e o ministro
Barroso fica doente quando o STF é repreendido em inglês. Em português ele não
liga. Mas a sua alma de vira-lata com complexo de inferioridade se agita como
um porco-espinho quando leva o menor pito do “europeu-civilizado”.
Por uma questão mínima de
autorrespeito, o presidente do STF, ou qualquer dos seus ministros, não pode,
simplesmente não pode, sair por aí batendo boca com jornalistas. É amador. É
humilhante. É um insulto à dignidade que o tribunal mais elevado da Justiça
brasileira deveria ter. Ao mesmo tempo, é um retrato em alta definição da
miséria a que o STF foi reduzido por seus atuais integrantes. Querem parecer
lordes do Império Britânico. A briguinha suburbana de Barroso prova mais uma
vez que são apenas subdesenvolvidos.
Por uma determinante genética
das decisões estúpidas, um erro nunca vem sozinho. Neste último caso, Barroso
conseguiu somar o erro de responder a um artigo de revista ao erro de responder
mal. Fez afirmações que são patentemente contrárias aos fatos. Negou realidades
que não podem ser negadas. O raciocínio, do começo ao fim de sua resposta, tem
um nível de curso primário. É duro. Quando não é Moraes é Barroso. Quando não é
Gilmar é Toffoli. Quando não é nenhum deles é Flávio Dino. Que fase.
Título e Texto: J.R. Guzzo,
Gazeta do Povo, 22-4-2025, 9h44
Reitor da UNICAMP defende cotas trans
Exclusivo: Jair Bolsonaro concede entrevista a Cesar Filho
21-4-2025: Oeste sem filtro – Moraes ameaça prender Filipe Martins caso seja filmado + Barroso antecipa voto + Lula quer ir ao funeral de Francisco
Barroso mentiroso. Democracia plena? O cacete!!
A falta de “timing”
Quando Barroso solta um ‘derrotamos o bolsonarismo’ numa festinha militante, é só desabafo num ‘ambiente não civilizado’. Já quando a Débora escreveu a mesma frase, virou terrorista armada em ato golpista. Curioso como a balança da Justiça muda de lado dependendo de quem segura o microfone.
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