terça-feira, 15 de abril de 2025

Purga global: Jair Bolsonaro enfrenta a possibilidade de ser condenado a 39 anos de prisão

Paulo Hasse Paixão

Como acontece por outros sítios do mundo Ocidental com uma intensidade assustadora, o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro está a ser perseguido judicialmente pelos poderes estabelecidos no país, enfrentando uma sentença de prisão de 39 anos do mesmo Supremo Tribunal corrupto que libertou da prisão (sem o ilibar) o actual Presidente Lula da Silva.

Em 2018, um Tribunal de Apelação brasileiro condenou o então ex-presidente Lula a 12 anos de prisão por acusações de corrupção e lavagem de dinheiro relacionadas com o seu papel na “Operação Lava Jato”. Descobriu-se que Lula aceitou mais de 1 milhão de dólares em subornos de uma empresa de construção que, por sua vez, recebeu contratos de uma grande empresa petrolífera estatal.

Apesar de Lula ter sido condenado a uma pena de prisão até 2030, é o seu opositor político, Jair Bolsonaro, que está hoje proibido de se candidatar a cargos públicos, também até 2030. Lula cumpriu pouco mais de um ano da sua sentença de prisão antes que o Supremo Tribunal Federal brasileiro decidisse descaradamente que criminosos condenados não precisam de cumprir pena de prisão, libertando Lula em 2019, de forma a que pudesse candidatar-se às presidenciais de 2022.

Lula derrotou Bolsonaro nessas eleições por uma margem estreita, levando a protestos de centenas de milhares de apoiantes de Bolsonaro, indignados pela sentença de prisão de Lula ter sido injustamente anulada e alegando fraude eleitoral.

Por causa de se ter envolvido nesses protestos, Bolsonaro foi destituído de sua capacidade de concorrer à presidência em 2026 – enquanto o índice de aprovação de Lula caiu para um mínimo de carreira de 24%.

Como se isto não bastasse, o Supremo Tribunal Federal brasileiro decidiu agora que Bolsonaro deve ser julgado, sendo que o acusado pode ser condenado a 39 anos de prisão pela sua suposta tentativa de golpe contra o criminoso condenado, Lula.

A este propósito, Bolsonaro disse aos jornalistas:

“Toda a gente sabe que se me deixassem concorrer, eu ganharia. O golpe [do governo Lula] não tem lei, não tem regras – o golpe tem uma conspiração com a imprensa, o parlamento, o judiciário e a economia.”

Bolsonaro disse ainda que uma eventual condenação seria injusta e funcionaria sempre como prisão perpétua:

“É o fim da minha vida. Já estou com 70 anos. Uma possível prisão seria completamente injusta. Onde está o meu crime? Onde é que eu infringi a lei? Onde está a prova de um possível golpe? A não ser discutir dispositivos constitucionais que não saíram do campo das palavras.”

No podcast War Room, Steve Bannon aconselhou recentemente Bolsonaro a procurar asilo nos Estados Unidos, a todo o custo, mesmo quando o passaporte de Bolsonaro continua retido pelo governo brasileiro. O líder populista poderia tentar escapar do seu país e juntar-se ao seu filho, Eduardo Bolsonaro, que vive em segurança nos Estados Unidos.

Mas quando perguntado em Março se consideraria pedir asilo político nos Estados Unidos, Jair Bolsonaro afirmou:

“Zero, zero, zero. Eu estou bem aqui. Sinto-me bem. Eu quero o bem do meu país”.

Entre a fuga e o martírio, Bolsonaro devia pensar duas vezes. Porque Alexandre de Moraes não vai por certo perder a oportunidade de o encarcerar.

Título, Imagem e Texto: Paulo Hasse Paixão, ContraCultura, 15-4-2025 

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