António Guimarães
Já nem sequer há palavras para dizer que não há
palavras, porque isso já tínhamos todos dito antes
É uma das piores épocas do
século para o FC Porto, por isso há que tentar retirar o possível. Por estes
dias, e à margem do que ainda é a luta pelo 3.º lugar, nesta altura ocupado
pelos dragões à condição - falta jogar o Sporting de Braga -, há pelo menos uma
coisa positiva a nascer: Rodrigo Mora.
Tem apenas 17 anos, mas é cada vez mais a luz que orienta um FC Porto que é mais cinzento que colorido. E foi assim este sábado com o Famalicão, numa partida que o jovem prodígio resolveu sozinho em dois lances de antologia.
Já se ouviram comparações com João Vieira Pinto, com João Félix ou outros craques que despontaram cedo no futebol português. Mas o que Rodrigo Mora anda a fazer dá-lhe o direito a ele - e o dever a nós - de o chamarmos pelo nome.
Rodrigo Mora é igual a Rodrigo Mora.
E não foi desta vez no Dragão. Nem foi no fim de semana passado em Rio Maior, ou antes no Estoril, contra o Boavista, nas Aves, o que quiserem.
Quando a bola lhe chega aos pés há como que uma iluminação. Aquela espécie de união que junta duas coisas que nunca se deviam ter separado. Rodrigo Mora fica mais feliz, a bola fica mais feliz e os adeptos do FC Porto têm raros laivos de felicidade.
Este texto serviria exatamente da mesma forma caso o Famalicão tivesse conseguido chegar ao empate, depois de um lance em que reduziu para 2-1 quando ninguém esperava, incluindo Diogo Costa, que viu um cruzamento tomar a direção da baliza e surpreendê-lo.
A dúvida levanta-se agora não sobre o que será Rodrigo Mora até ao final da época, mas o que será do prodígio na próxima. Ficará no FC Porto, ele que em maio vai oficializar um contrato de longa duração com uma cláusula milionária? Conseguirá o FC Porto resistir ao óbvio assédio a um jogador que tem claramente algo mais?
O melhor, para ambos os lados,
parece claramente a continuidade. Mas lembremo-nos, todos, que não se pode
exigir a ninguém desta idade, nem mesmo a um prodígio, que leve uma equipa às
costas. Isso acontece por estes dias porque a exigência caiu, uma vez que o FC
Porto deixou de ter objetivos importantes. Mas não pode acontecer quando os
dragões voltarem a ter de lutar por coisas reais como títulos.
Texto: António Guimarães, CNN Portugal, 18-4-2025
Assisti o jogo. Entendi o que
é marcar gol! Esse menino já é uma Estrela. Que Deus o acompanhe!
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