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Alguns dias antes do Natal, a
Netflix lançou o filme “Os dois papas”, que apresenta o antagonismo entre Bento
XVI e Francisco, tentando apresentar este último como um santo visionário e o
primeiro como um carreirista indiferente ao povo. Não houve reação negativa do
Vaticano, pelo contrário, um dos imóveis da Santa Sé estampavam um enorme
outdoor do filme.
Ninguém imaginava, porém, que,
apenas alguns dias depois do lançamento desta ficção, veríamos a realidade
concretizada: Bento XVI uniu-se ao cardeal Robert Sarah e, antes da publicação
da Exortação Apostólica resultante do Sínodo da Amazônia, ambos resolveram
quebrar o silêncio e dar uma lufada de esperança na resistência católica. “Não
podemos nos calar”! E publicaram um livro em apologia ao celibato apostólico.
Os progressistas não demoraram a estrebuchar. Insinuam rebelião ou mesmo que o entorno de
Bento aproveita-se de sua senilidade. Jornais, sites, blogs, redes sociais
atacam a Bento e tentam impor, com argumento de autoridade pontifícia, a
continuidade da agenda pela ordenação de homens casados.
Os gritos são o sinal mais
evidente de que eles, de fato, estão perdendo. E também confirmam
estridentemente a autoridade moral de Bento XVI sobre a Igreja, autoridade que
Francisco perdeu graças ao seu desastroso magistério e de que conserva apenas o
rótulo nominal, a figura jurídica, o cargo.
De fato, é muito difícil
conter a onda de desprestígio e até os bergoglianos mais fanáticos, os
progressistas mais radicais, começam a reconhecer, mesmo que implicitamente,
que este pontificado está em dias de declínio.
Efetivamente, dizem que o
clima de pré-conclave já está bastante forte em Roma. Os dois candidatos
do establishment são Parolim, o Secretário de Estado que está
entregando a Igreja da China na mão do governo comunista, e Tagle, recém
nomeado para a Congregação para a Evangelização dos Povos, um progressista de
tipo “simpático”, que até os poloneses ingenuamente chamam de o “Wojtyła do
Oriente”. É inegável, também, que Bento XVI esteja apresentando Sarah como o
seu candidato. Mas os sinais do declínio do pontificado de Francisco não param
por aí…
Até Leonardo Boff fez um artigo elogioso a Ratzinger, puxando para si a honra de ter sido
“amigo” dele, de ter a publicação da tese paga por ele e, por fim, de ter sido
enquadrado por ele apenas porque o mesmo ocupava uma posição oficial e
praticamente forçada, que o teria obrigado a agir de maneira pouco proveitosa
para Boff. – Quem te viu, quem te vê!
O próprio Vatican News fez um recuo estratégico diante da notícia da publicação do livro de Ratzinger-Sarah, dizendo que Francisco sempre teve posição contrária à
flexibilização da disciplina do celibato na Igreja ocidental.
Os órgãos da grande imprensa,
porém, destacaram a oposição de Bento XVI a Francisco, oposição até então
tácita, mas, agora, pública e incontestável, oposição que não é apenas dele.
Bento XVI está bastante
ancião, mais perto da eternidade, e, como o maior intelectual vivo da Igreja
Católica, está dando um aviso muito claro para a resistência dos fiéis: continuem,
não cruzem os braços, perseverem na fé e não abandonem o combate pelo
catolicismo, custe o que custar! É um testamento espiritual!
O livro de Bento XVI e Sarah,
mais do que um ensaio sobre um tema teórico, tem uma importância simbólica
ineludível. Eles estão dando voz a uma multidão de fiéis que não suportam mais
a agressão diária da sua doutrina, do catolicismo de sempre; eles estão
amplificando a indignação de populações inteiras contra um papa que resolveu
ser um representante da esquerda internacional e não o pastor supremo da Igreja
de Cristo.
Fernando Meirelles, de fato,
percebeu que existe um antagonismo real entre “os dois papas”, mas, por causa
de sua visão distorcida, esquerdista, enxergou em Ratzinger um burocrata e em
Francisco o pastor amoroso. Esta inversão não demorou a ser desmentida pela
própria realidade: o tapa de Francisco na mão de uma mulher, mostrou o seu
verdadeiro rosto, o de um ditador agressivo; e, dias depois, a TV Bávara fez um
documentário a respeito da vida de Bento XVI como emérito no mosteiro “Mater
Ecclesiæ”, o qual revela o quanto simples e amoroso é o papa alemão, o quanto
fala com o coração, o quanto é humilde (o link do documentário completo
está aqui.)
Meirelles não percebeu, por
fim, uma tensão mais tensa que subjaz a este pontificado. Não são apenas “dois
papas” que coexistem, mas “duas Igrejas”: a Igreja Católica e a outra; uma é
Santa, a outra, depravada; uma é fiel, a outra, herética; uma é verdadeira,
apesar de perseguida, a outra, falsa, apesar de oficial. Já não é mais possível
ignorar esta coexistência contraditória, apesar do concordismo de muitos, que
retoricamente querem fazer coincidir aquilo que é inconciliável.
Os exclusivistas tentarão
subestimar a reação de Bento XVI como desapropriada, os entreguistas
continuarão dizendo que não adianta lutar e que Bergoglio detém o poder. Todas
atitudes que pretendem apenas desmotivar a luta dos fiéis católicos, o bom
combate da resistência.
Não nos deixemos abater. A
Igreja fiel continua firme e vigorosa, levantando sua voz contra todos os
abomínios do presente pontificado. Não nos acovardemos! Mais do que nunca,
agora é a hora de levantarmos o ânimo e resistir, pois “as portas do inferno
não prevalecerão”! E esta é uma garantia de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Título, Imagem e Texto: FratresInUnum.com,
13-1-2020
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