sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Ventura e a reverência

José Mendonça da Cruz

Uma portuguesa, uma Joacine, de origem guineense com assento no parlamento português proclama que os portugueses são ladrões e devem devolver o que ela diz que são os bens culturais que ela diz que eles roubaram.

A direita pusilânime acha perfeitamente normal.


O porta-voz do Partido Livre (de quê?), Pedro Mendonça, do «Grupo de Contacto» (com quem?), diz que a deputada Joacine deixou agora de representar os órgãos, os apoiantes, e os membros do Livre de quê. Em protesto, o assessor dela, que se estreou na AR envergando uma saia plissada como símbolo moderníssimo de afirmação de uma cretinice qualquer, desfiliou-se do Livre de quê, com quem não contacta mais.

A direita pusilânime não se ri. A direita pusilânime não consegue sequer rir da cena de «A Vida de Brian», dos Monthy Python, onde ficou inesquecivelmente retratada a prática e inteligência destes grupelhos de palermas.

Mas o Mendonça do Livre de quê, que acaba de cortar relações com a mulher-migrante-negra-e-gaga, faz questão de, galhardamente, atacar logo os que a criticam, os que, evidentemente, são para ele os verdadeiros vilões, os «novos fascistas», e os «populistas, racistas e sexistas».

A direita pusilânime guarda de Conrado o prudente silêncio.

Perante todos estes factos, patéticos, ridículos, e inaceitáveis, o deputado André Ventura, pegando na frase atirada por Joacine, sobre «devolver os bens culturais», atira, nas redes sociais e com patente ironia, que talvez fosse melhor «devolver ao país de origem» a deputada.

Ora, há pessoas para quem o contexto, a oportunidade, a construção de uma frase, e, aliás, a língua portuguesa não têm qualquer importância. E têm ainda menos quando o mau entendimento de contexto, oportunidade, construção de frase e língua podem permitir um episódio flamejante em prol da afirmação da ditadura politicamente correta.

A melhor prova de que havia uma intenção dolosa de aproveitar o episódio, deram-na as televisões em uníssono, os serventes do PC e da causa sobrante do socialismo. Deram-na, primeiro, ao separar o protesto de Ventura da patetice de Joacine que lhe dera origem; e, pondo ainda mais zelo na manobra, substituindo o «devolver» escrito por Ventura por «deportar», expressão que inventaram.

Estes «jornalistas», não são, evidentemente, jornalistas. São canalhas que abdicaram de seriedade e brio para defenderem modas fascistas, taras de grupelhos, e modernices de idiotas, dos propriamente e dos úteis. E a direita que, perante manobras destas, ou fica queda e muda e passiva, ou, pior, alinha até alguns pruridos em defesa de palermas e em coro com canalhas, essa direita não serve para nada.

Ventura não se dispôs a aturar a palhaçada, e troçou dela. Fez bem. Fez bem em reagir, e fez bem em fazê-lo nos termos que escolheu. Mais: o deputado André Ventura declarou a milhares de pessoas (sem ter que dizer uma palavra especificamente nesse sentido) que não devem pensar que têm que aturar tudo.

A direita pusilânime é que, perante tudo isto, não teve uma palavra, nem se riu, nem teve nada a objetar de inteligente, inteligível ou patriótico. Ou, aliás, teve. Teve uma palavra para dizer, que é sua palavra do costume: que tinha muita vergonha de não ser de esquerda.
Título e Texto: José Mendonça da Cruz, Corta-fitas, 31-1-2020

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