quarta-feira, 14 de maio de 2025

Igreja Episcopal termina parceria de acolhimento de refugiados com o governo dos EUA por "oposição moral" ao asilo de cristãos brancos sul-africanos

Paulo Hasse Paixão

 

Sean W. Rowe, o bispo da igreja episcopal norte-americana que é alérgico a receber refugiados cristãos da África do Sul

A liderança de extrema-esquerda da Igreja Episcopal norte-americana anunciou na segunda-feira que vai cessar a sua parceria de quase 40 anos com o governo federal para acolher refugiados – tudo porque a administração Trump ousou classificar os afrikaners sul-africanos brancos – e cristãos – como refugiados que precisam de proteção.

A mesma Igreja Episcopal que se orgulhava de ajudar pessoas perseguidas de regiões devastadas pela guerra está agora a abandonar os seus compromissos simplesmente porque a próxima vaga de refugiados são agricultores cristãos brancos –

 vítimas de perseguição, expropriação arbitrária e violentos ataques raciais na África do Sul pós-apartheid.

A Igreja afirma que a reinstalação destas famílias violaria a sua “linha moral”.

As famílias Afrikaner têm enfrentado violência generalizada, incluindo confiscos de terras, ataques a quintas e perseguições baseadas na raça na África do Sul – crimes tão graves que as organizações de direitos humanos de todo o mundo estão a dar o alarme há anos.

O Bispo Presidente, o Reverendíssimo Sean W. Rowe, deixou claro, numa carta de hipocrisia recordista, que a igreja prefere queimar a ponte com o governo dos EUA a ajudar o que ele vê como o tipo “errado” de refugiado.

“Desde Janeiro, o Programa de Admissão de Refugiados dos EUA, anteriormente bipartidário, no qual participamos, foi essencialmente encerrado. Praticamente não chegaram novos refugiados, centenas de funcionários de agências de reinstalação em todo o país foram despedidos e o financiamento para reinstalar os refugiados que já chegaram tem sido incerto.

Então, há pouco mais de duas semanas, o governo federal informou o Episcopal Migration Ministries que, nos termos da nossa subvenção federal, deveríamos reinstalar os afrikaners brancos da África do Sul que o governo dos EUA classificou como refugiados.

Tendo em conta o empenho firme da nossa igreja na justiça e reconciliação racial e os nossos laços históricos com a Igreja Anglicana da África Austral, não nos é possível dar este passo. Por conseguinte, determinámos que, até ao final do ano fiscal federal, concluiremos os nossos acordos de concessão de subsídios para a reinstalação de refugiados com o governo federal dos EUA.

[…]

Tem sido doloroso ver um grupo de refugiados, selecionado de uma forma altamente invulgar, receber tratamento preferencial em relação a muitos outros que aguardam há anos em campos de refugiados ou em condições perigosas. Entristece-me e envergonha-me o facto de muitos dos refugiados a quem está a ser negada a entrada nos Estados Unidos serem pessoas corajosas que trabalharam ao lado dos nossos militares no Iraque e no Afeganistão e que agora enfrentam perigo em casa por causa do seu serviço ao nosso país. Também lamento que as vítimas de perseguição religiosa, incluindo os cristãos, não tenham obtido refúgio nos últimos meses.

Como cristãos, devemos guiar-nos não por caprichos políticos, mas pelo conhecimento seguro e certo de que o Reino de Deus nos é revelado nas lutas dos que estão à margem. Jesus diz-nos para cuidarmos dos pobres e dos vulneráveis como cuidaríamos dele, e temos de seguir essa ordem. Neste momento, o que isso significa é acabar com a nossa participação no programa de reinstalação de refugiados do governo federal e investir os nossos recursos no serviço aos migrantes de outras formas.”

Convém lembrar que a ‘bispa’ Mariann Budde, que criticou Trump durante um serviço religioso da tomada de posse do Presidente, foi denunciada por ter embolsado uns impressionantes 53 milhões de dólares em fundos de contribuintes através de sua organização, a Episcopal Migration Ministries (EMM). Esta soma foi cobrada para reinstalar apenas 3.600 indivíduos.

Em 2024, o EMM “patrocinou” 6.400 indivíduos de 48 países, incluindo afegãos no âmbito de um programa humanitário especial e refugiados da República Democrática do Congo.

Estes recém-chegados são imediatamente elegíveis para todas as formas de assistência social, como o Medicaid e a assistência em dinheiro, na mesma base que os cidadãos americanos. Para além disso, podem patrocinar amigos e familiares ao abrigo de uma recente expansão do programa de reinstalação de refugiados de Biden.

O EMM traz refugiados LGBTQ e asilados num programa federal especial de refugiados iniciado durante a administração Obama chamado ‘Comunidades Preferenciais’.

No cálculo moral distorcido da actual Igreja Episcopal, as famílias brancas Afrikaner não merecem compaixão. São da cor errada. E do credo errado, também, por incrível que possa parecer.


Título, Imagem e Texto: Paulo Hasse Paixão, ContraCultura, 14-5-2025

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