quarta-feira, 2 de julho de 2025

Barack Obama exige um 'Ministério da Verdade'

Paulo Hasse Paixão

O ex-presidente Barack Obama está a redobrar os seus esforços para restringir a liberdade de expressão nos Estados Unidos, instando o governo federal a controlar mais rigorosamente o que os cidadãos podem dizer online.

Durante uma entrevista na semana passada com a historiadora e autora Heather Cox Richardson, o ex-presidente dos EUA afirmou:

“Queremos diversidade de opiniões. Não queremos diversidade de factos. Acho que essa é uma das grandes tarefas das redes sociais.”

Obama prosseguiu para apelar abertamente à regulamentação governamental das plataformas de redes sociais para coibir a amplificação do que ele descreveu como figuras públicas “odiosas” e “polarizadoras”, alegando que a censura é essencial para lidar com modelos de negócio que supostamente corroem a confiança pública.

“A propósito, acredito que será necessário algum tipo de regulamentação governamental em torno de alguns desses modelos de negócio, de uma forma que seja consistente com a Primeira Emenda, mas que também diga: vejam, há uma diferença entre essas plataformas permitirem que todas as vozes sejam ouvidas e um modelo de negócio que eleva as vozes mais odiosas ou as vozes mais polarizadoras ou as vozes mais perigosas, no sentido de incitar a violência. E isso, penso eu, vai ser um grande desafio que todos nós teremos de enfrentar.”

Obama continuou então a comparar de forma bizarra o presidente russo Vladimir Putin ao antigo assessor da Casa Branca de Trump, Steve Bannon, alegando que o objetivo dos dois não é convencer as pessoas de uma verdade específica, mas sim sobrecarregá-las com desinformação, de tal forma que se tornam cínicas e deixam de acreditar seja no que for.

“Tens que inundar a zona com tanta falsidade, constantemente, que em algum momento as pessoas não acreditam em nada. Portanto, não importa se um candidato a um cargo público está constantemente, hipoteticamente, dizendo coisas falsas, ou se um presidente eleito afirma que ganhou quando perdeu e que o sistema foi violado, mas então, quando ele ganha, não é violado, porque ele ganhou. Não importa se todos acreditam nisso. O que importa é se todos começam a desistir e a dizer: bem, acho que não importa. Foi isso que aconteceu num dos nossos principais partidos políticos. Há um monte de pessoas que sabem que isso não é verdade, mas fingimos que é”.

Obama apelou pela primeira vez à censura durante um discurso de grande visibilidade na Universidade de Stanford em 2022 — onde operava a agora extinta Parceria para a Integridade Eleitoral do Observatório da Internet de Stanford — argumentando que a desinformação representa uma ameaça à democracia. Obama apelou a uma reavaliação da Secção 230, uma disposição de 1996 da Lei da Decência nas Comunicações que geralmente protege as plataformas online da responsabilidade pelo conteúdo publicado pelos utilizadores.

Obama disse nessa altura aos participantes:

“Essas plataformas não são como a antiga companhia telefónica. Em alguns casos, os padrões da indústria podem substituir a regulamentação, mas a regulamentação tem que fazer parte da resposta”.

O presidente Donald Trump adoptou a abordagem oposta à de Obama, enfatizando a liberdade de expressão no seu segundo mandato, emitindo uma ordem executiva em janeiro para salvaguardar o direito dos americanos de se expressarem. Ainda assim, há forças na administração Trump e no Partido Republicano que abrem excepção a esta visão, quando é Israel e os sionistas que são alvo do livre discurso.

Em abril, o secretário de Estado Marco Rubio anunciou o encerramento do Centro de Envolvimento Global, uma unidade do Departamento de Estado famosa pelo seu papel na supressão da liberdade de expressão dos americanos.

Num artigo de opinião publicado no Federalist, Rubio referiu-se a um relatório do GEC de 2020 que classificava as especulações sobre as origens da COVID-19, incluindo a teoria do laboratório de Wuhan, como parte de uma campanha de “desinformação russa”. Rubio escreveu a este propósito:

“Finalmente, ao reafirmar o compromisso deste país com os seus princípios constitucionais fundamentais de liberdade de expressão no país, permaneceremos vigilantes no exterior — não apenas contra ameaças de adversários como a China comunista, mas também de países menos esperados, onde a censura autoritária está gradualmente sufocando a verdadeira liberdade de expressão. Não temos medo. Ao nascer, os Estados Unidos eram um farol solitário de liberdade para o mundo. Se necessário, teremos prazer em ser esse farol solitário mais uma vez.”

Os Estados Unidos da América da atualidade – como todo o Ocidente, na verdade – são um farol da liberdade para alguém que consuma opiáceos numa base diária. E figuras como Barak Obama dão exemplo disso mesmo.

Título e Texto: Paulo Hasse Paixão, ContraCultura, 2-7-2025

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