sexta-feira, 19 de abril de 2013

PEC 37 (da impunidade?)

Otacílio Guimarães
Definitivamente o Brasil é uma nação em decomposição. Quando um congresso nacional propõe uma aberração como a PEC 37, está dado o aviso: “Nós queremos roubar em paz sem que ninguém nos perturbe”.
Com tal parlamento, cujos membros ganham muito bem e dispõem de mordomias enexistentes nos países civilizados, e ainda se dão ao direito de roubar o dinheiro público através de esquemas vários; com um judiciário que mesmo condenando corruptos – caso do mensalão – não consegue colocá-los na cadeia e onde o presidente da corte superior, o STF, declarou alto e bom som que muitos magistrados e juízes “precisam ser mandados para o olho da rua” por serem meros mercadores de sentenças; um país onde os políticos são eleitos por quem nem deveria ter o direito de votar por incapazes que são e só sabem eleger corruptos e incompetentes; um país que viu nos últimos dez anos a máquina pública se transformar num monstruoso mastodonte que engole a maior parte dos recursos da nação apenas para gerar mais burocracia; um país onde o chefe do executivo para continuar no cargo tem que se aliar aos piores elementos dos piores partidos que não estão ao seu lado para ajudá-lo a governar mas tão-somente para tirar proveito exigindo os melhores cargos nos melhores ministérios e estatais, resultando em que o Brasil tem hoje 39 ministérios ocupados por indicados pelos capos das quadrilhas partidárias e as estatais igualmente nas mãos deles, e apesar de tudo isto o povo não se revolta, definitivamente uma nação assim está em fase adiantada de desintegração.
O beócio que presidiu o Brasil até pouco mais de dois anos atrás teve a petulância de criticar em recente visita ao Uruguai os governantes europeus culpando-os pela crise econômica que persiste naquele continente afetando os demais. Petulância e arrogância são suas principais “qualidades”, dentre outras piores como o fato de mentir mais que Pinóquio. As declarações proferidas deselegantemente e estupidamente por ele serviram apenas para deixar explícita mais uma vez a sua estupenda ignorância. A história registra que não é a primeira vez que a Europa enfrenta crises de todos os tipos, incluindo as piores guerras da história da humanidade. Entretanto, a Europa se transformou no que é hoje, a União Europeia, com uma civilização diversificada e de alta qualidade, com um PIB quase igual ao dos Estados Unidos, uma renda per capita média muito superior à brasileira e um PIB per-capita médio igualmente superior ao brasileiro.
Os europeus sempre souberam superar suas crises, inclusive duas grandes guerras mundiais e não se ouve falar naquela região em casos de corrupção que não custe muito caro ao seu praticante, como ocorre agora na França com um ex-ministro. No Brasil a corrupção já se banalisou e faz parte da cultura, melhor dizendo, da falta de cultura geral. Deduz-se, portanto, que o problema dos europeus é momentâneo e será superado com a competência que lhes é peculiar. O caso do Brasil é totalmente diferente, é um problema moral sobretudo, aliado à falta de competência, notória nos brasileiros de um modo geral.  
Portanto, superar problemas políticos e econômicos momentâneos faz parte da cultura europeia e eles vão superar, com certeza. Entretanto, quando o problema é moral e diz respeito a um estado de decadência que vem se acentuando e agravando nas últimas décadas no Brasil, as soluções só virão através de crises profundas e dolorosas que por certo já estão à caminho uma vez que o atual governo não tem nem as condições morais e muito menos as condições culturais para superar os inúmeros e graves problemas que assolam o país.  
Não é de espantar a petulância e a arrogância com que o Exu de Nove Dedos criticou os governantes europeus uma vez que a sua tremenda cara de pau, a ausência de qualidades morais e a sua notória falta de cultura, bem como a sua vaidade sem limites o qualificam apenas para este tipo de atitude de baixo nível.  
É bom que os brasileiros se preparem para enfrentar o inferno em que os estão colocando.
Texto: Otacílio Guimarães, 19-04-2013



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