Valmir Fonseca Azevedo
O universo que recebe alguma
benesse do desgoverno cada vez aumenta mais.
Na medida em que periclita a
possibilidade de reeleição do neurônio paraplégico, os grandes mentores de seu
futuro político sacam da cartola novas benfeitorias, como moeda de troca pelo
voto dos incautos.
Assim, os já bolsistas buscam
maneiras de receberem “melhorias”, e os que ainda não compartilham dos prêmios,
procuram avançar na cornucópia de onde o desgoverno sempre poderá sacar e
destinar propinas institucionalizadas para eles.
Algumas das manifestações que
inundaram o País nos últimos tempos, de fato, foram tentativas nesta direção.
Talvez a mais contundente, e
já conquistada parcialmente, é a lei do passe-livre.
Aquele grupo reivindicante
deseja ser premiado com a passagem livre ou pelo menos a meia-passagem. Quem
vai pagar a conta? Não interessa.
Por vezes, a nossa atenção é
chamada pelo fato de o desgoverno oferecer em alguns bandejões espalhados pelas
cidades, refeições por apenas um real.
Parece que os benefícios
advindos do desgoverno caem dos céus. É um milagre, pois por apenas um real, lá
está uma lauta refeição. Quem paga a conta? Não interessa.
É gritante que o dinheiro
arrecadado através do IR e da batelada de impostos que temos a obrigação de
pagar é um montante fabuloso.
Considerando-se o alto grau
de corrupção, dos volumosos recursos para a sustentação da maquinaria
governamental, do executivo, do legislativo, do judiciário, dos ministérios,
das autarquias, o destinado para a infraestrutura, para o bem-estar da
população e de sua saúde, deve ser irrisório.
Ou seja, breve sobrará pouco
para ser destinado para o desenvolvimento, para a saúde, para a educação, para
a ciência e tecnologia, nem para a Segurança Pública, nem para as Forças Armadas.
É simples assim.
Sim, eu também quero a minha bolsa, pois cansei de ser explorado, enfastiei de ser enganado, e o pior, cansei de ver a vitória dos patifes, fartei de assistir a corrupção aumentar e a impunidade grassar, e agora quero a minha parte na partilha antes que o País afunde.
Sim, eu também quero a minha bolsa, pois cansei de ser explorado, enfastiei de ser enganado, e o pior, cansei de ver a vitória dos patifes, fartei de assistir a corrupção aumentar e a impunidade grassar, e agora quero a minha parte na partilha antes que o País afunde.
Após esta elementar conclusão,
e na certeza de que em breve faltarão migalhas do bolo para todo mundo, nós que
ainda não somos beneficiados devemos iniciar o levantamento das nossas
necessidades. Inclusive da falta de dinheiro, para iniciarmos o planejamento, a
elaboração das nossas palavras de ordem e alinhavarmos as nossas pretensões.
Primeiro, esqueçamos o nosso
apego aos valores morais, enterremos a cidadania, olhemos aos outros como
desiguais, como de fato são, uns espertos, esqueçamos o futuro da Nação e nos
chafurdemos no bem-bom, agora, e já.
Depois de algumas reuniões de orientação,
marcaremos as datas quando sairemos às ruas, mascarados e de preto que é o
melhor e será mais contundente.
Nas ruas, em grupos, não se
esqueçam, ninguém terá identidade, nem responsabilidade.
Incógnitos na multidão é só fazer
o que lhe der na telha. Aproveite, use e abuse. Extrapole.
Caso surjam alguns meganhas,
para o grupo “arrebenta”, preconizamos “pichar”, depredar, apedrejar,
desmoralizar; quanto ao grupo “arrastão”, mais vivo, desviar-se para outras
áreas, e se possível, invadir e assaltar agências e lojas.
Os lucros serão divididos
depois, entre todos, pois somos todos pelo social.
Alguns serão presos.
Os encarcerados, de acordo com
a Lei da Irresponsabilidade, serão soltos na manhã seguinte.
Aos bravos “cumpanheiros” que
forem entrevistados, recomendamos que em viva voz, anunciem que também querem
alguma vantagem, pois no jargão “o Brasil é de todos”, eles têm sido,
costumeiramente, os tolos.
Quem sabe, sobra algum para as
nossas hostes de idiotas.
Título e Texto: Gen. Bda Rfm Valmir Fonseca Azevedo Pereira,
Brasília, DF, 29 de agosto de 2013.
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