Meta é de 811 cortes, que
inclui quem aderiu a programa de demissão voluntária
Lino Rodrigues
A TAM, empresa aérea do grupo
chileno Latam Airlines, demitiu ontem pelo menos 400 funcionários, entre
comandantes (pilotos), copilotos e comissários de bordo. No início da noite, a
TAM confirmou, por meio de comunicado, as demissões, mas alegou que “os números
finais (dos cortes) serão divulgados quando do encerramento do processo”, o que
deve ocorrer ainda esta semana. Segundo a empresa, o ajuste no quadro de
pessoal está sendo realizado para atingir a meta de 811 cortes, medida que
permitiria à companhia se ajustar à queda de 12% na oferta de voos no país e
fazer frente ao aumento de custos. O alto índice de adesões ao programa de
demissão voluntária (PDV) e de licença não remunerada, segundo a TAM, ajudaram
a reduzir o número de dispensas.
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Foto: Michel Filho/Arquivo |
“Com o ajuste, a companhia vai
adequar o quadro de comandantes, copilotos e comissários à realidade
operacional em vigor na empresa”, diz o comunicado da TAM.
BARRADOS NO PRÉDIO
Pela manhã, enquanto os
demitidos esperavam embaixo da marquise na entrada do prédio da companhia para
serem comunicados da dispensa e prestarem o exame médico demissional, a TAM
divulgou nota afirmando que seu PDV havia atingido 50% dos 811 postos de
trabalho previstos para serem extintos. O Sindicato Nacional dos Aeronautas
(SNA), que tinha acordado com a TAM o corte dos trabalhadores, informou que não
foi comunicado e que seus diretores estavam em uma audiência pública em
Brasília. Mas, também em nota, garantiu que vai fiscalizar o cumprimento da
Convenção Coletiva e do acordo firmado junto com o Ministério Público do
Trabalho (MPT).
A companhia aérea montou uma
estrutura com recepcionistas e seguranças, na Acadêmia de Serviços Rolim Amaro,
na zona Sul paulistana, para evitar manifestações dos aeronautas que foram ao
local sem saber que estavam na lista de dispensados. Na convocação da empresa,
todos participariam de uma reunião de trabalho. Muitos foram surpreendidos com
a demissão.
Em clima de revolta e
tristeza, vários aeronautas demitidos reclamaram da forma “arbitrária” como
foram dispensados e o tratamento dado pela empresa aos funcionários.
— Fomos convocados para uma
reunião de trabalho. A gente desconfiava que seria demitido, porque desde o dia
26 estávamos de sobreaviso. Acho que faltou transparência, e a empresa foi
arbitrária ao impedir que entrássemos livremente no prédio — disse um dos
demitidos, o comandante Almir Fernandes, com cinco anos de TAM e 36 anos de
aviação.
— Nós dirigimos um avião de
US$ 100 milhões, e a empresa desconfia que vamos fazer alguma coisa contra ela
— lamentou Hamilton Muller, piloto com 32 anos de carreira e cinco anos e meio
de TAM.
— É esse o padrão Latam de
demissão? Não sei como ainda não aconteceu um acidente devido a tensão vivida
pelos tripulantes dos voos — questionou uma comissária de bordo com mais de
oito anos de empresa, que pediu para não ser identificada, salientado o alto
grau de tensão vivido pelos funcionários por causa da ameaça de demissão em
massa.
Título e Texto: Lino
Rodrigues, O Globo, 28-8-2013
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ResponderExcluirEmbraer 170/190/195, A320, A330, B777
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