quinta-feira, 22 de agosto de 2013

O preço da Liberdade

Ricardo Orlandini
Quem me conhece sabe que muitos dos meus comentários tratam de fatos históricos e, se não o fazem diretamente, citam um fato de nossa história para ilustrar algo do presente.

Foto: Thierry Noir, 1986, Bethaniendamm à Berlin-Kreuzberg
Na segunda-feira passada (19) escrevi mais uma vez sobre o muro da vergonha, como também era conhecido o “Muro de Berlim”. Meu comentário intitulado “Peter Fechter, um jovem pedreiro alemão”, conta um pouco da história deste muro que dividiu o mundo em duas partes, dois blocos antagônicos que protagonizaram por décadas aquilo que ficou conhecido como a Guerra Fria (Cold War), que tinha como “fronteira” física este muro.
Tudo isso me remete a minha juventude quando tinha meus 15-16 anos e comecei a entender o que se passava ao nosso redor.

Um amigo certa vez me disse: “Olha Orlandini, quem não foi comunista ou nunca foi jovem ou não tem coração”. Acho que sendo assim, eu não devo ter coração, pois jovem eu fui.
Mesmo jovem, logo percebi que o que estava lá do outro lado não deveria ser bom, pois se o fosse, o muro seria construído para impedir que as pessoas entrassem e não o contrário, evitar que as pessoas fugissem de lá.
Não estou aqui defendendo o capitalismo, ou o imperialismo imposto pelos norte-americanos, nada diferente do que sempre aconteceu neste nosso planeta.
Roma fez isso, Inglaterra, França. Alemanha, Espanha, Portugal, e muitos outros também o fizeram.

Mas a diferença naquele século XX e que não mudou neste século XXI, é a liberdade.
Se o sistema imposto pela então União das Repúblicas Socialistas Soviéticas fosse bom, ninguém iria querer muda-lo ou fugir de lá. O mesmo vale para a Albânia, China, Coreia do Norte e Cuba.
Hoje vejo muita gente que ainda defende o comunismo e as ditaduras por eles protagonizadas, como se tudo fosse uma maravilha.

Por certo esqueceram que por lá eles não poderiam comprar suas roupas de grife, nem tampouco falar e se expressar livremente como o fazem por aqui. Eles podem “visitar” estes países, mas o mesmo não ocorre com as pessoas que lá vimem. Ou será que só sobrevivem?
E se estes que se usam da “nossa” democracia para se expressar desta forma vivessem naquele tempo em Berlim Oriental, por certo já teriam sofrido “algum acidente” ou estariam fazendo turismo em algum Gulag da Sibéria.

As palavras podem iludir a muitos durante algum tempo, mas não a todos por todo o tempo. Com o “andar da carroça” a verdade vem à tona e as palavras se vão com o vento, mas sem antes levar algumas milhares de vidas que por elas foram iludidas ou se opuseram.
É atribuída a Thomas Jefferson a famosa frase que diz: "O preço da liberdade é a eterna vigilância".
Se foi ou não Jefferson quem escreveu esta frase, pouco importa, o fato é que se não formos “alertas” e “vigilantes” nossa liberdade pode ser-nos furtada a qualquer momento.
Título e Texto: Ricardo Orlandini, 22-8-2013
Via Rivadávia Rosa
Realce: JP

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