sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Um ministro muito patriota

Humberto de Luna Freire Filho
Sr. ministro das Relações Exteriores, já ouvi em várias ocasiões que o Brasil praticava a política de vira-lata, quando se tratava de relações bilaterais com os Estados Unidos, mas com relação à grande e poderosa Cuba é a primeira vez; com a Argentina eu já até havia percebido essa subserviência. Sou médico e não tenho nenhum preconceito com relação a colegas formados em qualquer outro país do mundo, que porventura venham trabalhar conosco.

Sr. Antonio Patriota, seu pronunciamento em 22/08, em horário nobre de TV, envergonha qualquer cidadão brasileiro que não faça parte dessa quadrilha de incompetentes que tomou conta e está destruindo o Brasil. O senhor, melhor do que ninguém, deve saber que o país tem uma constituição e que a mesma deve ser cumprida e respeitada por todos os brasileiros e também por qualquer cidadão independente de sua nacionalidade, que adentra as nossas fronteiras. Nós não somos o chiqueiro de Fidel Castro.

Como cidadão brasileiro estou pronto para exercer minha cidadania e assim farei no primeiro dia em que um médico cubano começar a exercer a medicina, sem o cumprimento das devidas formalidades legais - REVALIDA. Vou cobrar desse pseudo profissional seu número de inscrição no Conselho Regional de Medicina (CRM) e, caso não o tenha, vou acusá-lo de charlatanismo, exercício ilegal da medicina.

Solicitarei uma viatura policial para que esse elemento seja conduzido a uma delegacia de polícia. Caso ele se negue e não seja coercitivamente conduzido, eu irei só, farei um boletim de ocorrência e rasgarei minha carteira funcional expedida pelo órgão competente. Afinal não precisarei mais dela para exercer minha função. Desde já convido todos os colegas que quiserem me acompanhar nesse ato de brasilidade. Se eu não fosse médico devidamente credenciado pelo órgão de classe, e flagrado exercendo a medicina, seria preso e responderia a processo. Ou não?

Estou pondo meu e-mail à disposição. Precisamos mostrar a esses dirigentes corruptos especialistas em proselitismo político, que medicina e coisa séria e que eles devem pôr as suas patas em outra praia. Aproveito a oportunidade para convidar também jornalistas, não comprometidos com a imprensa oficial, a participar e se possível divulgar que neste país de covardes ainda existem homens.
Em tempo: quero dizer a todos que não sou político e não tenho nenhuma pretensão nesse sentido.
Título e Texto: Humberto de Luna Freire Filho, médico, 23-8-2013

Um comentário:

  1. Jim,

    Considero essa preocupação dos médicos brasileiros com a ida dos cubanos para suprir vagas nas pocilgas conhecidas como hospitais públicos um tanto psicótica e sem sentido. Afinal, um profissional que se preza, não tem medo de concorrência, muito menos da concorrência de colegas oriundos de uma ilha prisão onde um médico ganha o equivalente a U$ 20,00 por mês e sobrevive roubando medicamentos nos locais imundos onde trabalham para vender aos visinhos.

    É claro e mais que evidente que esses cubanos não vão concorrer com nenhum médico brasileiro competente que não se submete a trabalhar nas pocilgas públicas chamadas de hospitais. Por que então tamanha fúria?

    Bobagem, os médicos cubanos ou outros que aceitem a proposta do governo brasileiro não têm a menor competência e só a aceitam por estar em situação de miséria e despossuidos de amor próprio. Portanto, eu não consigo entender esse frenesi dos médicos brasileiros em torno de um assunto que ao final será benéfico para eles próprios, pois está bem lógico e evidente que este projeto populista já nasceu fracassado.

    Sabe, Jim, países como os Estados Unidos ficam de olho no mundo inteiro, “espionando” para descobrir quem são os melhores profissionais para atraí-los com excelentes salários e condições de vida que eles não teriam jamais em seus países de origem e os profissionais locais nunca reclamam. O que eles fazem é se preparararem melhor para competirem com os estrangeiros. No Brasil, ficam com medo da concorrência.

    A Austrália procura atrair profissionais competentes do mundo inteiro e os locais nunca reclamam. Aqui trabalham inúmeros médicos, dentistas, engenheiros e até criadores de bode brasileiros e ninguém reclama. Sabe por que, Jim? Porque aqui e em vários outros países as pessoas gostam de competir. No Brasil, ninguém gosta da competição e preferem se encostar numa sinecura pública para fingir que trabalham. São poucos, pouquíssimos os médicos brasileiros vivendo hoje por conta de um negócio próprio. A maioria vive pendurada nos empregos públicos do SUS e nos planos de saúde das seguradoras que ao final pagam a eles uma miséria.

    Por tudo isto, não entendo a revolta desse doutor Humberto de Luna Freire Filho. Quem tem competência não tem medo de concorrência.

    Otacílio

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