José Manuel
Brasil, Rio de Janeiro 2015
capital da Olimpíada 2016, a imagem da vergonha:
![]() |
Foto em um morro carioca, em 4 de setembro de 2015, foto: Jornal O Globo |
PIB negativo, inflação de dois
dígitos, 83.333 demissões por mês, 2.777 por dia, 115 por hora, 2 por minuto.
Por que não admitimos de uma
vez que fracassamos, para poder viver em paz e felizes?
Simples assim. Por exemplo,
quando uma nação perde uma guerra capitula, assina a paz, ou seja, admite que
fracassou e começa a reconstrução outra vez em paz, e feliz.
Em 1974 a taxa de crescimento
do PIB no Brasil foi de (+) 9,0 % ao ano, para cima, é claro, num período de
feroz ditadura militar segundo as más-línguas atuais, e o país viveu uma
extraordinária expansão econômica.
Em 2015, ou seja, 41 anos
após, a taxa no momento é de (-) 2,44 ao ano, para baixo, é claro, sem as más-línguas
do passado, e o país está em recessão econômica com previsão de piorar nos dois
próximos anos.
O PIB é a soma de todos os
bens e serviços feitos em território brasileiro e serve para medir o
comportamento da economia e, pelos vistos, estamos indo de mal a pior,
não, a horrível talvez seja a palavra correta.
Em 1974 nós tínhamos uma
população de 105,7 milhões de pessoas. Em 2015 temos uma população de 204,8
milhões. Em 41 anos dobramos a população, mas parece que algo está muito
errado. Os números não se interligam, não correspondem.
O IDH (Índice de
Desenvolvimento Humano) em 1974, numa escala de 0 a 1, era de 0,674. Em 2015
está em 0,744, uma diferença apenas de 0,70 pontos em 41 anos e estamos na 79ª
posição mundial.
Por que não admitimos que
erramos todos estes anos principalmente no manejo do nosso voto e começamos
tudo de novo?
Por que a referência a 1974?
Se considerarmos que a China
em 1974 tinha uma taxa de crescimento do PIB, de 2,3% ao ano, ou seja, menos 7%
que a do Brasil à época, uma população de 900,4 milhões à época, ou seja, mais
800 milhões que o Brasil, podemos perceber como estávamos bem naquela época. O bom
de poder comparar os números é que percebemos quem se desenvolveu e quem
ficou para trás.
A China hoje tem uma taxa de
crescimento do PIB em 7,03 % ao ano, menor que o Brasil em 74 e uma população
de 1.400.000.000.
Para finalizar as
estatísticas, chegamos à conclusão que o nosso bonde e o nosso trem andazram
para trás.
E por falar em bondes, o Rio
de Janeiro em 1950 tinha uma das maiores e melhores malhas de trilho para
Bondes, VLT, Carris ou o que queiram chamar, do mundo, mas aí nós arrancamos os
trilhos, passamos asfalto por cima, quando as maiores e modernas capitais do
mundo sempre usaram esse meio de transporte não poluente.
Criamos uma excrecência
moderna chamada BRT (Bus Rapid Transit), que não passa de mais uma fila
interminável de ônibus, na contramão da história em relação às emissões
poluentes e agora recolocamos os trilhos, dos Bondes, VLT…
Fazemos viadutos, quebramos,
trocamos por túneis, as vigas os trilhos e os trens usados desparecem num passe
de mágica.
A China tem hoje uma rede de
45.000 Km de ferrovias, quase todas operadas por trens-bala, que transportam
660 milhões de pessoas por ano.
Dos 29.798 quilômetros de de
ferrovias que existem no Brasil, mais ou menos 10 mil foram construídos pelo imperador
D. Pedro II. Como ninguém nunca mais investiu tanto quanto ele em trens, a
malha ainda tem cara de século 19 e não satisfaz mais as nossas necessidades há
muito tempo. Estamos completamente defasados desde 1950.
A China faz um aeroporto por
semana.
Esse desenvolvimento tem nome,
chama-se plano diretor. Os planos diretores aqui não existem, quando existem
não são revisados a cada cinco anos, e cada prefeito ou governador, os ignora
solenemente em nome de suas prioridades políticas.
Quando é que vamos ter um
plano diretor técnico, honesto, fundamentado e em benefício da sociedade,
baseado em uma moderna progressão habitacional a futuro?
Somos campeões em
universidades, não sei para quê tantas em relação ao baixíssimo nível
intelectual e pobres em escolas técnicas, que são as que realmente interessam
ao país.
Fizemos uma Copa do Mundo com
doze arenas.
Perdemos a Copa e as arenas,
pois a maioria é subutilizada virando verdadeiros monumentos ao nada. O de
Brasília, o mais caro, hoje é um enorme estacionamento para ônibus.
Somos uma potência em
tecnologia com a Embraer por exemplo mas um descalabro, um fracasso em áreas
primárias como saneamento, escolas e hospitais.
Onde está a coerência?
Estamos fazendo uma Olimpíada
no momento errado, em plena recessão. Somos a Grécia do futuro.
Desde lá de cima, do início
deste texto eu sequer toquei no assunto político atual. Não é preciso porque as
evidências são tão esclarecedoras e aterrorizantes, que escrever sobre isso é
pura perda de tempo. A conscientização real que temos que ter é de que
vivenciamos um fracasso, sem previsão a futuro e o melhor para que continuemos
a ser felizes é apagar tudo e começar outra vez.
Por que viver uma hipocrisia
monumental que cada vez nos leva mais para o fundo do poço?
É bom relembrar que isso
aconteceu com os alemães, até ao último dia de guerra, e deu no que deu.
Hoje, 70 anos depois eles são
ricos, e felizes
Título e Texto: José Manuel, quem sabe, imitamos o
exemplo, afinal, ainda temos 30 anos de lambuja. 5-10-2015
Relacionados:
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-