sexta-feira, 13 de novembro de 2015

A génese do esganiçar

Vitor Cunha

Note-se a associação da simbologia 
feminina numa referência à 
prestável dona-de-casa 
dos anos 50 que, pelo marido, 
até está disposta a esganiçar.
Muito pior que as mulheres esganiçadas do Bloco de Esquerda são os homens que preferem mulheres que esganiçam em devota entrega ao exercício do conflito. A mulher não é naturalmente esganiçada, tem que a isso ser levada por homem belicoso, líder que, construindo plataforma para a zanga permanente, degrada a mulher no exercício de esganiçar em seu nome e benefício.

O Bloco de Esquerda existe porque Francisco Louçã, um homem inteligente, conseguiu agregar as facções comunistas lideradas por outros homens, nomeadamente a UDP e Política XXI, criando um partido que serviria de plataforma ao protesto da fractura permanente. Enquanto não foi possível dotar o partido de quadro suficientemente volumoso de mulheres dispostas a prestarem-se ao exercício do conflito, coube a Louçã o ónus da humilhação pública em debates parlamentares acessos, recorrendo ao papel desconfortável de assimilação da postura beata, papel que desempenhou com zelo apesar do evidente embaraço, preparando, assim, o partido para a fase de maturação, a da liderança do esganiçamento que permite a tortura em democracia da zoeira que se entranha. A escolha de uma actriz para esganiçar torna-se óbvia à luz desta explicação que vos concedo.

Em defesa das mulheres esganiçadas, acresce-me a obrigação de julgar quem, de facto, criou o esganiçamento, como atrás referi: homens com perfil dominante que, gerando intriga na cabeça de mulheres susceptíveis a esganiçarem, as usa, por abuso intelectual, para que esganicem em seu nome. 
Título, Imagem e Texto: Vitor Cunha, Blasfémias, 12-11-2015

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