Vasco Lobo Xavier
António Costa deu ontem uma
entrevista à RTP. Mais uma. Sem dizer nada de relevante ou de credível (quando
respondia ao criado-mudo, o que raramente aconteceu). A acrescer às centenas de
entrevistas que Centeno, César, Pedro Santos têm dado em corropio a todas as
televisões e jornais. Com muitos jornais e televisões, pejados de comentadores
amigos, a tentarem justificar o que importa e é injustificável, ou seja: uma
tremenda colecção de mentiras a todos os títulos inconcebível. Não me importa a
legitimidade processual, legal ou constitucional do homem ou das suas atitudes:
interessam-me as mentiras.
António Costa prometeu que só
derrubaria o Governo legítimo se tivesse alternativa sólida, credível e estável
e fez o contrário. Disse que não integraria uma alternativa negativa e é só
isso que tem feito (em rigor não integra coisa alguma mas enfim…).
Garantiu ao Presidente da
República que tinha um acordo com os partidos da extrema-esquerda quando não
tinha. Anunciou mais tarde esse acordo (que não existia e não existe, sequer
hoje) quando PEV, PCP e BE dizem coisas completamente diferentes e as diferentes
coisas que se encontram escritas em diferentes post it, ou quase, assinados às escondidas numa cave, constituem um
conjunto de banalidades que nada asseguram.
Baseou-se no estudo
Centeno/Galamba para garantir que as contas davam certo e rasgou-o na primeira
oportunidade. Promete tudo e mais alguma coisa quando todos sabemos que é
impossível. Tudo isto para além de ser um zero quando instado a explicar-se
concretamente, ou às suas medidas. E, todos sabemos também (eu escrevi-o no
princípio de Setembro), anda nisto apenas para salvar a sua pele e que se lixem
os portugueses, os eleitores, as eleições e o país (para já não falar do seu
próprio partido). Se Costa não serviu para afastar nas urnas um Governo que
supostamente era tão mau, se os portugueses não confiaram em António Costa para
isso, tarefa alegadamente tão fácil, se os portugueses não acreditaram nele,
mesmo nas condições difíceis em que a Coligação se apresentou a eleições, ele é
merecedor de quê?!?
Parece que isto não incomoda
em Lisboa a comunicação social e menos ainda incomoda os comentadores sociais
lisboetas. Pois seja: aos portugueses incomoda.
Uma coisa é certa. Ou, mais
rigorosamente, duas. A primeira é que, independentemente dos contorcionismos de
malabarista com que se queiram ver ou analisar os resultados das eleições
legislativas, os portugueses não quiseram António Costa para Primeiro-Ministro
e disseram isso com o seu voto, bem alto e de forma bem audível. “Este, não!
Nunca!” O que se está fazer para o alçar a Primeiro-Ministro, António Costa e a
sua trupe, revela apenas um desprezo total e completo dos socialistas and
friends pela democracia e pelos resultados das eleições democráticas. Por
outras palavras, um desprezo pelos portugueses e pelo seu voto nas urnas.
A segunda coisa certa e
indiscutível é que António Costa, mesmo que venha a ser Primeiro-Ministro,
continuará a ser para todo o sempre e para todos, mesmo para os do seu partido,
o desgraçado que não conseguiu sequer vencer o Governo de Coligação que se viu
obrigado a, durante quatro longos e duros anos, aplicar o difícil memorando da
troika que o PS negociou e assinou, o memorando a que o PS obrigou o país por
ter levado o país à bancarrota em 2011. É currículo que justifique ou sustente
vir a ser Primeiro-Ministro? Só na cabecinha dele…
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