terça-feira, 7 de março de 2017

Toda a gente faz cocó

Vitor Cunha

Mérito seja dado a Fernanda Câncio: não é qualquer um que arranja um tribunal que publicite dois parágrafos esquecidos de um livro. Assim, com a decisão judicial, a jornalista, ex-namorada e atual coordenadora da opinião do “eu vendo quase doze mil exemplares, se correr bem” DN, consegue assegurar que toda a gente fique a saber que o seu ex-namorado, adepto de fotografia, tirava umas fotos durante sexo que deixava espalhadas pela casa, à vista da empregada. Entendo o golpe publicitário, mas a história diz-nos que, para alcançarem fama, pessoas como a Paris Hilton ou a Kim Kardashian têm mesmo que publicar as fotos, não é só andarem a demonstrar em tribunal que as fotos existem. É que, Fernanda, não faltam por aí fotos de sexo por publicar: basta estar no metro e roubar quatro ou cinco telefones.

Por falar em sexo: a direção da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) da Universidade Nova de Lisboa é composta por coninhas. Então, numa universidade, cujo propósito é expor a alunos ideias diferentes, são os palermas dos estudantes quem decide se há ou não uma conferência? E a direção fica-se, aceita a decisão, por cagaço de distúrbios? Distúrbios? Mas, que mal viria ao mundo por as forças de autoridade partirem à bastonada as cabeças de pirralhos da extrema-esquerda? Parece-me consensual que tal seria considerado um imperativo moral pela Humanidade. Mas pronto, a direção preferiu arriar as calças para um triste olhar cego ao céu antes da perfuração que alarga o horizonte da miséria (eu disse que era sobre sexo).
Título, Imagem e Texto: Vitor Cunha, Blasfémias, 7-3-2017

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