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Maio de 2017, foto: Reuters |
João Pereira Coutinho
Donald Trump não para. Agora, partilhou um vídeo – um meme, para usar a linguagem apropriada –
onde surge a agredir um lutador de wrestling
que tem na cabeça o logo da CNN.
Os jornalistas horrorizaram-se
com a cena. O mundo também. Apesar de tudo, eu considero um progresso. Nos
saudosos tempos de Theodore Roosevelt, a luta não era a fingir: o presidente
gostava de boxe (sempre um bom sinal), praticava o desporto desde os tempos
juvenis e chegou a promover combates na Casa Branca. Nem sempre correram bem:
cegou de um olho depois de um jab bem
metido. Foi um dos segredos mais bem guardados da sua presidência.
Mas divago. Porque o meu ponto
é outro: Emmanuel Macron. O leitor leu muito sobre Trump. Mas será que o
informaram que Macron, quebrando a tradição, não tenciona conceder a habitual
entrevista do Dia da Bastilha? Os assessores explicaram porquê: o pensamento
elaborado de Macron não se adapta aos maniqueísmos da pergunta-resposta. “É
demasiado complexo”, disseram.
Por outras palavras: na sua
obsessão paranoica e grotesca com os jornalistas, Donald Trump concede-lhes uma
importância obviamente desproporcionada. Importância e, sejamos honestos, uma
fonte permanente de falatório e receitas.
Macron, pelo contrário, não
espanca jornalistas. Limita-se a passar-lhes um atestado de imbecilidade
intelectual.
Se eu fosse jornalista,
preferia apanhar.
Título e Texto: João Pereira Coutinho, SÁBADO, nº 688, de
6 a 12 de julho de 2017
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