Ana Suspiro
Capital portuguesa subiu cinco pontos no
ranking mundial das cidades com mais qualidade de vida, por causa da segurança.
Está em 38º lugar do ranking da Mercer, acima de Londres, Paris e Madrid.
Foto: Miguel A. Lopes/Lusa
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Na 20ª edição do estudo anual Quality of
Living da Mercer,
Lisboa sobe cinco posições, promovida pela melhoria na classificação da
categoria associada à baixa frequência de crimes na cidade. Com esta subida, a
capital portuguesa consegue passar à frente de cidades como Paris (39º lugar),
Londres (41º lugar), Milão (42º) e Barcelona (43º) e continuar a ter uma nota
melhor do que Madrid (49º lugar) e Nova Iorque (45º lugar). O lugar
relativamente modesto de Londres, por exemplo, é explicado por
problemas persistentes que resultam do congestionamento de tráfego e da
poluição do ar.
A ocorrência de ataques terroristas também é um fator avaliado na
ponderação da qualidade de vida e terá sido por causa do ataque realizado em
abril do ano passado na capital da Suécia que Estocolmo perdeu pontos, caindo
três lugares para o número 25º, enquanto Oslo na vizinha Noruega foi promovida
pelas mesmas razões que Lisboa, a segurança.
Outros dos aspetos que é muito valorizado é a capacidade de atrair
talento e empresas, através do investimento contínuo em infraestruturas de alta
tecnologia e na aposta em oferta e equipamentos culturais. Estes aspetos
ajudaram a promover Munique para o terceiro lugar, logo a seguir a Zurique na
Suíça.
O ranking continua a ser dominado por cidades europeias. Para a Mercer, é
um sinal de que as incertezas geradas pelo Brexit, e até pela instabilidade
política em alguns países, não têm afetado negativamente a capacidade de
atração destes destinos, em particular para os expatriados, pessoas que se
deslocam de país por razões de trabalho. Alemanha e a Suíça são os países com
mais cidades no top 10.
As cidades com mais qualidade de vida:
1.
Viena,
Áustria
2.
Zurique,
Suíça
3.
Auckland,
Nova Zelândia e Munique, Alemanha
4.
Vancouver,
Canadá
5.
Dusseldorf,
Alemanha
6.
Frankfurt,
Alemanha
7.
Genebra,
Suíça
8.
Copenhaga,
Dinamarca
9.
Basileia,
Suíça
10.
Sidney,
Austrália
Do outro lado desta lista estão as cidades com pior qualidade de vida, a
maioria situadas em zonas de grande pobreza e conflitos ou mesmo guerras. No
fundo está a capital do Iraque, Bagdá.
O ranking da qualidade de vida resulta de um estudo dos mais
abrangentes e completos do Mundo, segundo a Mercer, que é elaborado todos os
anos para ajudar as empresas multinacionais e outras organizações a serem
competitivas, mas também justos, na compensação que dão aos seus colaboradores
quanto os destacam para o estrangeiro em trabalho.
Para o presidente executivo da Mercer Portugal, Diogo Alarcão, fenómenos
como o aumento da globalização e as alterações demográficas da força de trabalho,
fazem com que a capacidade de atrair e reter pessoas seja um dos principais
desafios para as empresas.
Isto é tanto mais verdade se pensarmos que estamos a assistir a
um fenómeno em que a força de trabalho é cada vez mais díspar, móvel, fortemente
exposta ao digital e com necessidades e aspirações muito diferentes no que se
refere à carreira, estilo de vida e, finalmente, onde e como quer trabalhar. É
fundamental que as empresas considerem estes fatores na sua proposta de valor,
quer para os seus colaboradores locais, como para os expatriados”, acrescenta.
O estudo Qualidade de Vida
cobre mais de 450 cidades e desta vez foi também divulgado um ranking do
saneamento, onde Lisboa ocupa um lugar mais modesto, 59º lugar, ainda
assim melhor do que Barcelona, Londres e Roma. Esta lista é liderada por
Honolulu no Havaí (Estados Unidos).
Título e Texto: Ana Suspiro, Observador, 20-3-2018
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