Nos anos 70, nosso país
desfrutou do Milagre Brasileiro, assim chamado porque o PIB cresceu, por três
anos seguidos, a média anual de 11,2% - onze vezes o que estamos crescendo
agora. Estava todo mundo empregado e as compras estavam tão aquecidas que a
indústria não tinha matéria-prima suficiente e faltava até papelão para as
embalagens. Aconteceu isso por causa do Ministro da Fazenda Delfim Netto e do
Presidente Médici?
Não. Aconteceu porque havia
otimismo e entusiasmo na população, do operário ao investidor. Era o “pra
frente, Brasil” mais o recado, nos vidros dos automóveis, para aqueles que,
pela força, queriam implantar um regime igual ao de Cuba: Brasil – Ame-o ou Deixe-o.
Hoje, esse mesmo Brasil recebe
uma enxurrada de mensagens de pessimismo e desesperança. Parece um suicídio, um
ato de masoquismo. Gente que prefere afundar, sofrer, a permitir que os milhões
de eleitores que os derrotaram alcancem o objetivo de tirar o país do caos
moral e econômico em que – à semelhança de Cuba – foi pouco a pouco se
atolando, em meio à corrupção e ao populismo. Um país sorridente, para quem a
Natureza sorriu com tanto potencial, tem sido alvo dos que o puxam para o
fundo, ainda que estejam no mesmo barco.
Hoje o desemprego cai pelo
quarto mês consecutivo; a indústria da construção volta a crescer, o que não
acontecia desde 2014; o PIB do segundo trimestre aumenta quase o dobro do que
previam os especialistas; os investimentos igualmente crescem, mostrando aposta
no futuro; os homicídios dolosos despencaram mais de 20%; as invasões de terra
praticamente acabaram; a Reforma da Previdência está sendo aprovada; saiu a
alforria do empresário na Lei da Liberdade Econômica; vem aí a Reforma
Tributária; vêm aí mais privatizações e atualizações nas leis trabalhistas; as
modernizações da Petrobras e do Banco do Brasil; a autonomia do Banco Central;
a infraestrutura resgata o transporte do atraso – sem ministérios subjugados a
partidos e sem corrupção.
E provocaram tanto, com a
histeria pirotécnica sobre a Floresta Equatorial Úmida, que nunca a Amazônia
foi tão nossa, com a reação da população e das Forças Armadas para dissuadir
ideias de alienígenas cobiçosos.
Em apenas oito meses, vimos a
demonstração de que podemos sair do caos em que nos meteram; a democracia nos
dá a liberdade para isso, depois que nos impuseram por décadas a tentativa de
pensamento único, por meio do Cavalo de Troia do politicamente correto. Mas
temos que nos livrar do clientelismo de esperar que o governo faça tudo
sozinho. Nossa casa e nossa empresa ou nosso emprego estão no Brasil. Aí, é bom
recordar que nosso otimismo e nosso entusiasmo já fizeram milagre.
Título e Texto: Alexandre
Garcia, Gazetado Povo, 3-9-2019
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