Kelly Oliveira
Os clientes de bancos pagaram juros menores
no cheque especial e taxas mais altas no rotativo do cartão de crédito, de
acordo com dados divulgados hoje (25) pelo Banco Central (BC).
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Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil |
O chefe do Departamento de
Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, afirmou que a taxa do cheque
especial é “extremamente onerosa”. É uma modalidade para ser usada de forma
absolutamente emergencial e [deve-se] procurar sair rapidamente, recompondo o
saldo ou tomando outras modalidades de crédito”.
No ano passado, os bancos
anunciaram uma medida de autorregulamentação do cheque especial. Com as novas
regras, os correntistas que utilizam mais de 15% do limite do cheque durante 30
dias consecutivos passaram a receber a oferta de um parcelamento, com taxa de
juros menores que a do cheque especial definida pela instituição financeira.
Cartão de Crédito
A taxa média do rotativo do
cartão de crédito subiu 6,9 pontos percentuais em relação a julho, chegando a
307,2% ao ano. A taxa média é formada com base nos dados de consumidores
adimplentes e inadimplentes.
No caso do cliente adimplente,
que paga pelo menos o valor mínimo da fatura do cartão em dia, a taxa chegou a
289% ao ano em agosto, aumento de 5,3 pontos percentuais em relação a julho. A
taxa cobrada dos clientes que não pagaram ou atrasaram o pagamento mínimo da
fatura (rotativo não regular) subiu 7,7 pontos percentuais, indo para 319,6% ao
ano.
O rotativo é o crédito tomado
pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão. O
crédito rotativo dura 30 dias. Após esse prazo, as instituições financeiras
parcelam a dívida.
Em abril de 2018, o Conselho
Monetário Nacional definiu que clientes inadimplentes no rotativo do cartão de
crédito passem a pagar a mesma taxa de juros dos consumidores regulares. Essa
regra entrou em vigor em junho deste ano. Mesmo assim, a taxa final cobrada de
adimplentes e inadimplentes não será igual porque os bancos podem acrescentar à
cobrança os juros pelo atraso e multa.
Na modalidade de parcelamento
das compras pelo cartão de crédito, a taxa chegou a 177,3% ao ano em agosto,
com aumento de 2,1% ponto percentual.
A taxa de juros do crédito
pessoal não consignado chegou a 116,6% ao ano em agosto, com recuo de 2,6
pontos percentuais em relação a julho. A taxa do crédito consignado (com
desconto em folha de pagamento) recuou 0,2 ponto percentual, indo para 22,3% ao
ano no mês passado.
De acordo com o BC, a taxa
média de juros para pessoa física caiu 0,1 ponto percentual em agosto para
52,1% ao ano. A taxa média das empresas ficou em 18,9% ao ano, queda de 0,2
ponto percentual.
Inadimplência
A inadimplência do crédito,
considerados atrasos acima de 90 dias, para pessoas físicas e jurídicas subiu
0,1 ponto percentual para 4,9% e 2,9%, respectivamente.
Esses dados são do crédito
livre, em que os bancos têm autonomia para emprestar o dinheiro captado no
mercado e definir as taxas de juros cobradas dos clientes.
No caso do crédito direcionado
(empréstimos com regras definidas pelo governo, destinados, basicamente, aos
setores habitacional, rural, de infraestrutura e ao microcrédito) os juros para
as pessoas físicas subiram 0,4 ponto percentual para 8,2% ao ano. A taxa
cobrada das empresas subiu 0,2 ponto percentual para 8,6% ao ano.
A inadimplência das pessoas
físicas no crédito direcionado permaneceu em 1,8% e a das empresas subiu 0,2
ponto percentual para 2,2%.
Saldo dos empréstimos
Em agosto, o estoque de todos
os empréstimos concedidos pelos bancos ficou em R$ 3,325 trilhões, com expansão
de 1,1% em relação a julho, de 2,1% no ano e de 5,1% em 12 meses. Esse saldo do
crédito correspondeu a 47,2% de tudo o que o país produz - o Produto Interno
Bruto (PIB) -, com aumento de 0,3 ponto percentual em relação a julho.
Título e Texto: Kelly
Oliveira; Edição: Valéria Aguiar – Agência Brasil, 25-9-2019, 11h13
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