Ao nos aproximarmos do início
do Sínodo convocado pelo Papa Francisco sob o melodioso e um tanto enigmático
nome Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia
integral, as notícias seguem num crescendo, sobretudo em
revistas e sites especializados.
A histórica e combativa
revista Catolicismo, que já se ocupava do assunto em suas
edições anteriores, dedicou-lhe toda a sua edição de setembro, apontando as
graves consequências que esse propalado Sínodo poderá trazer para a Igreja e
para os países circunscritos na Amazônia, de modo especial para o Brasil, que
detém a maior parte da região, aliás, cobiçada internacionalmente desde o
século XIX em razão de suas riquezas.
Por ser frequente a difusão
por movimentos de esquerda de notícias falsas e fantasiosas sobre a situação
dos índios da Amazônia, Catolicismo pediu ao meu colega
Nelson Ramos Barretto e a mim, colaboradores habituais da revista, que nos
embrenhássemos por aquela vasta região, a fim de preparar uma reportagem
minuciosa a respeito de nossos irmãos silvícolas.
Foi o que fizemos em três
grandes incursões durante os meses de maio, junho e julho do corrente ano,
quando percorremos mais de 10 mil quilômetros nos estados de Mato Grosso,
Amazonas, Pará e Acre, entrevistando indígenas e suas lideranças. Tais
entrevistas — todas elas gravadas — foram estampadas nessa edição especial
de Catolicismo [capa ao lado], e enriquecidas com um artigo
de fundo do Dr. Adolpho Lindenberg.
Por exemplo, no Mato Grosso,
entrevistamos os índios Parecis, que habitam o noroeste desse
próspero estado e são totalmente contrários à estagnação selvagem pregada pelos
novos missionários e ecologistas radicais. Afinal, querem progredir, sem perder
ou abandonar a sua cultura; querem se inserir na sociedade brasileira. Sobre
isso, colhemos provas reais de surpreendente progresso, pois hoje muitos deles
possuem curso superior e, ademais, cultivam aproximadamente 19 mil hectares de
soja, milho e feijão. Suas casas, como também algumas ocas, possuem luz
elétrica, geladeira, freezer, TV, internet, celulares…
Oportunamente, pretendo levar
ao conhecimento dos leitores muitos dos depoimentos colhidos nessa rica
experiência de contato direto com os nossos índios, muitos dos quais preferem
ser chamados de brasileiros indígenas. Enquanto católico e
brasileiro, pretendo dar ocasião para que muitos conterrâneos aumentem seus
conhecimentos sobre o nosso imenso e, ao mesmo tempo, muito variado, mas
inteiramente um só Brasil.
Com efeito, os novos
missionários, ditos progressistas, irmãos siameses dos esquerdistas de todos os
naipes, vêm pregando uma nova teologia índia, defendendo uma estranha doutrina
ecológica primitivista, e se opondo a qualquer desenvolvimento espiritual e material
de nossos silvícolas. Eles dizem ter feito opção pelos pobres, mas na verdade o
que fizeram foi uma opção preferencial pela pobreza.
Não são vistos retirando os
nossos índios da miséria, mas agindo sem cessar, como tem feito o octogenário
Dom Cláudio Hummes [no centro da foto], para mantê-los engessados na comunidade
tribal, ou seja, no estado pré-histórico. Recentemente, a mídia difundiu a
delirante ideia de uma invasão do Brasil, com o objetivo de tomar a Amazônia
para “salvá-la”! Para nós, brasileiros, uma alucinação de proporção amazônica.
Ante tais pretensões, a imensa
maioria de nosso povo diz um rotundo e definitivo NÃO à internacionalização da
Amazônia! Ela é brasileira! Ela é nossa, graças a Deus!
Título, Imagens e Texto: Paulo
Henriques Chaves, ABIM,
19-9-2019
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