Pedro Rafael Vilela
O presidente Jair Bolsonaro
disse hoje (19) que vai defender, em seu discurso na Assembleia Geral das
Nações Unidas, a política do governo na questão ambiental. Em sua live
semanal no Facebook, Bolsonaro disse que as queimadas na Amazônia estão abaixo
da média dos últimos 15 anos e o que há é uma tentativa internacional de
desgastar a imagem do Brasil. Para o presidente, o objetivo é prejudicar o
setor agrícola nacional, um dos mais competitivos do mundo.
"Estou me preparando para
um discurso bastante objetivo, diferente de outros presidentes que me
antecederam. Ninguém vai brigar com ninguém lá, pode ficar tranquilo. Vou
apanhar da mídia, de qualquer maneira, essa mídia sempre tem o que reclamar,
mas eu vou falar como anda o Brasil nessa questão. E eles tem números verídicos
sobre isso aí, mas o que interessa? É desgastar a imagem do Brasil. Desgastar
por quê? Para ver se cria um caos aqui, para o pessoal lá de fora se dar bem.
Se a nossa agricultura cair, é bom para outros países que vivem disso",
disse.
Bolsonaro e comitiva embarcam
para Nova Iorque (Estados Unidos) no dia 23. No dia seguinte, o presidente é o
primeiro a falar. Tradicionalmente, cabe ao chefe de Estado brasileiro fazer o
pronunciamento de abertura na Assembleia Anual da ONU.
Na avaliação de Bolsonaro,
existe uma pressão de outros países para que o Brasil amplie o número de
reservas indígenas, quilombolas e áreas de proteção ambiental. Segundo ele,
havia uma previsão de demarcar mais 400 reservas indígenas e 900 áreas
quilombolas ao longo dos próximos anos, o que expandiria as áreas atualmente
protegidas por mais 6% do território.
"Imagine o nosso Brasil
com uma área equivalente, um pouquinho abaixo, do Sudeste, do Sul, demarcado
como terra indígena? Tudo estaria inviabilizado no Brasil. Essa é a tendência,
é o sufocamento da nossa agricultura aqui no Brasil. Nós ocupamos
aproximadamente 7% do nosso território para a agricultura. Outros países da
Europa ocupam, muitos, aproximadamente 70%", disse o presidente.
Em Nova Iorque, aonde chega no
dia 23, Bolsonaro tem encontro confirmado com o secretário-geral da ONU,
António Guterres, marcado para o dia 24, mesma data de seu pronunciamento. Não
estão previstos encontros bilaterais com outros chefes de Estado. O presidente
embarca de volta ao Brasil no mesmo dia.
O presidente deve seguir
despachando do Palácio da Alvorada, residência oficial, onde também tem
realizado caminhadas e sessões de fisioterapia. Ele se recupera da quarta
cirurgia em um ano, para tratar o ferimento à faca sofrido em um atentado em
setembro do ano passado, durante ato da campanha eleitoral.
A previsão é que Bolsonaro
faça exames no início da manhã desta sexta-feira (20) e seja avaliado, em
seguida, pelo médico Antonio Macedo, que o operou. Ele virá especialmente de
São Paulo para isso. Os procedimentos ocorrerão no Hospital DF Star, em
Brasília, filial do mesmo hospital que o presidente ficou internado nos últimos
dias, o Vila Nova Star, na capital paulista.
Título e Texto: Pedro
Rafael Vilela; Edição: Fábio Massalli – Agência
Brasil, 19-9-2019, 21h15
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