domingo, 3 de outubro de 2010

Terra prometida

José Sócrates, Primeiro-Ministro de Portugal
Eduardo Dâmaso
O Governo prometeu que dominava a crise. Prometeu este mundo e o outro nas eleições de 2009. Para as ganhar, Sócrates e Teixeira dos Santos distribuíram dinheiro sem olhar a quem. Em todos os dias dos últimos dois anos, o Governo disse que a crise internacional ia brava, mas que por cá a economia reagia bem. Que já estava a recuperar e que em breve estaríamos a sair do vermelho. Primeiro seria em 2010, depois em 2011; agora, num ano qualquer que há-de vir.
O Governo recebeu, ao longo dos últimos anos, avisos de toda a gente sobre os desequilíbrios das contas públicas. A uns chamou profetas da desgraça, a outros velhos do Restelo, às oposições, irresponsáveis. Sócrates, verdadeiro homem providencial, prometeu que nos haveria de guiar à Terra Prometida das energias renováveis e das fabulosas tecnologias. Ele e os seus papagaios disseminados por jornais, televisões e internet levar-nos-iam para a modernidade. Hoje, no delírio propagandístico que atravessa este PS irreconhecível, ainda há quem tenha a lata de dizer que a culpa de tudo o que vivemos é do PSD e de Passos Coelho. E há também quem repita esta obscenidade na esfera mediática sem corar. Como se Sócrates não estivesse lá nem nunca tivesse estado. Como se fosse uma espécie de patriota que, coitado, se esfalfa pelo nosso bem. Uma vergonha...
Eduardo Dâmaso, Correio da Manhã, 03-10-2010



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