segunda-feira, 8 de abril de 2013

Margaret Hilda Thatcher


Francisco Vianna
Margaret Hilda Thatcher, antes chamada Margaret Hilda Roberts (12/10/1925 a 08/04/2013), (o sobrenome Thatcher é oriundo do título vitalício de pariato como "Baronesa Thatcher de Kesteven", que lhe permitia ter assento na Câmara dos Lordes - equivalente ao Senado), também era conhecida como a Primeira-Ministra "Dama de Ferro" (The Iron Lady Prime Minister) pelo período de 1979 a 1990, quando foi a primeira mulher a ocupar o cargo de Primeira-Ministra na história da Monarquia Constitucional britânica. O apelido veio devido ao fato de ela ter sobrevivido a uma tentativa de assassinato em 1984, por sua dura e tenaz oposição aos sindicatos e por sua forte crítica à União Soviética.
Foi governo pelo Partido Conservador e, desde o início mostrou-se determinada a reverter o que via como declínio nacional de seu país, criando políticas econômicas focadas na desregulamentação e desestatização do setor financeiro, e na flexibilização do mercado de trabalho – amplamente emperrado pelo sindicalismo – e na privatização de diversas estatais, entre elas a BBC. Com a crise do petróleo em 1979, a sua popularidade entrou em baixa pela recessão econômica que se seguiu. Foi também uma crítica ferrenha da União Européia, na qual o Reino Unido jamais aceitou se integrar. Apesar de adotar os preços em euros em todo o reino, fez questão de manter a libra esterlina como a moeda corrente e oficial no país.
Ela teve o mérito de consertar a bagunça feita pelos "trabalhistas" com o apoio dos socialistas em todo o Reino Unido, que causou sério prejuízo à economia do país e fez com que o Reino Unido perdesse algumas posições no ranque de nações. Teve também o bom senso de manter a assistência médica e hospitalar como um serviço público estatizado e universalizado em excelentes padrões de atendimento aos beneficiários e de remuneração para os profissionais de saúde, não deixando a Medicina inglesa mergulhar num processo mercantilista e insuficiente como o existente hoje nos Estados Unidos.
Nesse sentido, ela teve a capacidade de liderança bastante e a perseverança necessária para propor ao Parlamento um sistema semelhante ao que já funcionava na península escandinava (único local no mundo onde o capitalismo privado se harmoniza perfeitamente com o estatismo dos serviços públicos essenciais e até colabora com o Estado), que deu certo também no Reino Unido, em parte, também, pela absorção da experiência canadense e australiana.
Em sua tenacidade e liderança real, jamais chegou sequer próxima a ser seduzida pelo caudilhismo e dizia o que era preciso dizer aos súditos de Sua Majestade a Rainha, sem qualquer preocupação populista e demagógica. 
A rigidez com que assumia suas posições de governo chegou a causar manifestações de desasossego social em Londres, a maioria delas programadas e orquestradas pelos trabalhistas e socialistas, que compõem a esquerda britânica.
Saiu com decisão e precisão impressionantes em defesa do Arquipélago das Ilhas Falklands, no Atlântico Sul, que pertencem à British Commonwealth desde 1948 (que os argentinos e demais perfeitos idiotas latino-americanos insistem em chamar de "Malvinas"), numa ação que não foi mais rápida e fulminante, em parte, pela oposição de esquerda que não queria que ela "vencesse a guerra" e ganhasse mais prestígio por isso e, em parte, por uma imperdoável hesitação da Casa Branca, que queria resolver a invasão argentina do arquipélago através da diplomacia, por considerar que o conflito estava dentro de "sua área de influência".
Os ingleses a consideram como sendo uma espécie de "Winston Churchil de saias". Imagino como estão sentindo o seu falecimento.
Título e Texto: Francisco Vianna, 08-04-2013

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