sábado, 5 de outubro de 2013

Gangorra


José Manuel
Mais uma semana se foi, com quase um escândalo diário de roubo e corrupção.
Desta vez tivemos como  "pièce de résistance", a notícia de que foram presos 21 fiscais da vigilância sanitária, aqui no Rio de Janeiro, que lhes proporcionava uma receita média de 4 milhões ao ano.
Isso não é difícil de verificar por nós mortais, pois ao olharmos dentro das garagens de nossos prédios, ou mesmo andando na rua, a quantidade de carros conhecidos de "marca" importados e que você nem sonha em ter jamais um dia.
Nessas observações, nota-se que há um abismo abissal entre a "pinta" do proprietário e o tipo de veículo que ele usa, ficando claro que é produto de fraude ou o que quiserem chamar.
De dez anos para cá isso tornou-se tão comum, que ninguém já não liga mais. Pois deveria!

A outra péssima notícia diz respeito a nós do Aerus, pois enquanto fundo de pensão, estamos dentro do problema:
A CVM (Comissão de Valores Imobiliários) solicitou ao MPF investigar e levar a julgamento, não mais do que o BNDES, e os fundos de pensão como a Petrus, a Previ e a Funcef, por irregularidades cometidas pelos seus dirigentes. Todos são do PT e as fraudes cometidas devem ser de grande vulto,  visto a ação tomada pela CVM, e como  "prêmio" são afastados com aposentadoria opulenta.
Isso não é novidade, pois o assalto a fundos de pensão no Brasil é uma prática comum há muitos anos.
São verdadeiras quadrilhas que se locupletam em cargos públicos, geralmente indicados pelos governos de plantão.
Isso seria meramente um assunto policial, pois existem instituições  especializadas na solução desses crimes, não fosse a total displicência em controlar ou gerenciar esses fundos, pela agência reguladora oficial para tal.

Foi o que aconteceu em nosso fundo AERUS, quinto maior fundo Brasileiro à época, e que  pela irresponsabilidade da Secretaria de Previdência Complementar, órgão governamental regulador, tomou o rumo que tomou, lesando milhares de pessoas e que até hoje se encontra sem solução.
Por falar em solução, estamos vivendo em uma verdadeira gangorra, ora para cima ora para baixo, ao sabor dos  humores governamentais quando resolve fazer um acordo, mas em dois meses fez apenas três reuniões de trabalho e cancelou várias.
Isto porque a economia à União, já declarada é de dois terços do montante devido e que estão lidando com idosos, já sem paciência para esperar mais.

Agora temos a notícia e que queremos acreditar piamente, que serão dados os contornos finais ao tal acordo. Vamos aguardar terça-feira  08-10-2013 e estar vigilantes, pois  mais de 60 dias, preciosos para nós, foram perdidos pela falta de responsabilidade que grassa nas hostes dirigentes deste país.
Espero sinceramente que a gangorra  a que estamos sendo submetidos, tenha um fim até ao dia 15 deste mês, pois o viço, a saúde, os meninos que existiam dentro de nós foram embora e agora, graças àqueles que dirigem esta Nação, só resta a amargura e a tristeza.
Quanto aos escândalos, o que será que vamos tomar conhecimento, na próxima semana?
Título e Texto: José Manuel, ex-tripulante Varig 67 anos, na gangorra, não por muito tempo mais.

Um comentário:

  1. Jonathas Filho
    Quando envelhecemos colecionamos muitas perdas. O viço talvez seja o principal. Estou falando do viço no sentido geral pois não é só o viço orgânico mas também o viço intelectual, o viço emocional, o viço da memória. Esta ultima, a memória, num país de desmemoriados é quase que normal perder porém quem a tem com viço, compreende exatamente o significado da metafórica "gangorra" tão bem descrita pelo kirido José Manuel. Essa gangorra emocional de tantos "sobes & desces" mata qualquer um... ou de decepção ou de raiva!!!
    Jonathas Filho

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