sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Indigesto espectro de cores

Carlos Augusto Fernandes dos Santos

No multifacetado e confuso caleidoscópio de nossa atual representação partidária, muitas das cores tradicionais estão associadas aos numerosos (mais de trinta) partidos políticos.
Nesse variado cardápio político, entre tantos arremedos partidários e um estranho arco-íris com “sete cores semelhantes”, duas cores tradicionais são associadas às duas candidatas (virtuais) à presidência da república, nas eleições de 2014: o verde, a Marina Silva, e o vermelho, a Dilma Roussef.
Confesso que, no indigesto cipoal de alternativas da política brasileira, não tenho nenhuma preferência especial por qualquer deles (partidos políticos), ou delas (as cores e as candidatas). 

Pode parecer, também, atitude preconceituosa contra o sexo feminino, o que de pronto desminto. Elas simplesmente não fazem parte do rol de minhas preferências por motivos idênticos: ambas, no meu modesto entendimento, são despreparadas para a difícil e complexa tarefa de presidir o país, embora Marina possua um currículo político mais experiente. Dilma foi inventada.

O que assusta, entretanto, quando analisamos o lastimável quadro político brasileiro, é a facilidade com que muitos dos atuais parlamentares transferem-se de uma para outra sigla partidária, como se estivessem atravessando uma avenida ou tomando um copo de água. Excetuadas algumas de natureza conceitual, não vemos qualquer compromisso filosófico, por parte desses indivíduos, com os programas das novas agremiações. Valem, somente, os interesses pessoais.  

Para piorar o sombrio quadro político, constatamos que homens realmente preparados para as funções de governo, que poderiam modificar a fisionomia do país em curto prazo, não têm o menor interesse em participar e desprezam esse viciado jogo político. Espanta ver agremiações, com ideários antagônicos, coligarem-se com outras de programas totalmente opostos, como forma de continuar desfrutando das polpudas fatias do poder.

Deve-se, portanto, aplaudir a recente decisão do TSE em não permitir o registro de mais uma agremiação partidária (Rede de Sustentabilidade), praticamente ao apagar das luzes, com o intuito exclusivo de atender aos interesses e desejos políticos de Marina Silva, que se julga desconfortável no atual cenário.   

Essa decisão, lastimavelmente beneficiará a candidatura oficial. No que diz respeito às variadas alternativas da política brasileira (totalmente dominada pelo discurso uníssono da esquerda anacrônica) considero-me um “daltônico incorrigível”; para mim, nesse caso particular, o VERDE de uma e o VERMELHO de outra, são idênticos (farinhas do mesmo saco). Nesse reduzido espectro de cores só nos resta ficar ROXO… de tristeza.
Título e Texto: Carlos Augusto Fernandes dos Santos, General Reformado, Porto Alegre, 04 de outubro de 2013
Colaboração: José Moletta

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