terça-feira, 22 de outubro de 2013

Nunca se viu tal coisa


Nuno Castelo-Branco
Portugal teve grandes estadistas e outros que não passaram do anonimato que a sua mediocridade mereceu. Nem durante o descalabro da 1ª república,  a Portugal foi servido um deplorável espectáculo como aquele a que desde há uns quatro dias temos assistido.

O que neste fim de semana tivemos foi algo de bastante diferente,  inaudito. Um ex-chefe do governo que demonstrou a preto sobre papel branco, o baixíssimo nível de uma classe política que trouxe o país para uma situação inextricável. O ainda mais profundo acanalhamento de uma situação, a ordinarice mais rasteira, as afirmações descerebradas e extremamente lesivas do interesse nacional na desesperada hora em que o país luta pela sua sobrevivência, desnudam uma situação que todos há muito conhecemos e fingimos não existir. É esta uma canga colectiva, a tal schuldig que nos é apontada além-fronteiras.

Na política, a maledicência faz parte do jogo, não há como fugir-lhe. O que no âmbito da  partidocracia portuguesa se zurra entre antigos ou actuais chefes de partido, não passa de fait-divers, de ajustes de contas sem consequências de maior.

No entanto, este é um caso diferente, vimos, ouvimos e lemos. 

O nosso principal parceiro europeu é, por muitas e variadas razões, a Alemanha. Foi este o caminho que o actual regime escolheu, resvalando para opções contraditórias com a nossa tradicional posição no mundo. Não será necessário explicarmos a razão para tal afirmação, pois todos a conhecem.

Tudo isto a que temos assistido é anormal, indecente. A reles, a vergonhosa tirada em relação ao ministro Schäuble e pior ainda, a tentativa de provocar uma quezília entre este e a Chanceler, definem a grotesca personagem a quem à boca pequena se apontam caricatos episódios a que jamais demos demasiado crédito. 

A partir deste momento, tudo aquilo que dele se tem dito parece cada vez mais, não apenas uma possibilidade ou fantasiosas alegações, transfigurando-se agora em certezas. Este obcecado homem vive cheio de si mesmo, engendrando estranhos Casos Gleiwitz a torto e a direito. 

comunicado emitido por Berlim, coloca a histriónica criatura no devido lugar: na sarjeta. 
Título, Imagem e Texto: Nuno Castelo-Branco, Estado-Sentido, 22-10-2013

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