Nuno Castelo-Branco
Portugal teve grandes
estadistas e outros que não passaram do anonimato que a sua mediocridade
mereceu. Nem durante o descalabro da 1ª república, a Portugal foi servido
um deplorável espectáculo como aquele a que desde há uns quatro dias temos
assistido.
O que neste fim de semana
tivemos foi algo de bastante diferente, inaudito. Um ex-chefe do governo
que demonstrou a preto sobre papel branco, o baixíssimo nível de uma classe
política que trouxe o país para uma situação inextricável. O ainda mais
profundo acanalhamento de uma situação, a ordinarice mais rasteira, as
afirmações descerebradas e extremamente lesivas do interesse nacional na
desesperada hora em que o país luta pela sua sobrevivência, desnudam uma
situação que todos há muito conhecemos e fingimos não existir. É esta uma canga
colectiva, a tal schuldig que nos é apontada além-fronteiras.
Na política, a maledicência
faz parte do jogo, não há como fugir-lhe. O que no âmbito da
partidocracia portuguesa se zurra entre antigos ou actuais chefes de
partido, não passa de fait-divers, de ajustes de contas sem consequências de maior.
No entanto, este é um caso
diferente, vimos, ouvimos e lemos.
O nosso principal parceiro
europeu é, por muitas e variadas razões, a Alemanha. Foi este o caminho que o
actual regime escolheu, resvalando para opções contraditórias com a nossa
tradicional posição no mundo. Não será necessário explicarmos a razão para tal
afirmação, pois todos a conhecem.
Tudo isto a que temos
assistido é anormal, indecente. A reles, a vergonhosa tirada em relação ao
ministro Schäuble e pior ainda, a tentativa de provocar uma quezília entre este
e a Chanceler, definem a grotesca personagem a quem à boca pequena se apontam
caricatos episódios a que jamais demos demasiado crédito.
A partir deste momento, tudo
aquilo que dele se tem dito parece cada vez mais, não apenas uma possibilidade
ou fantasiosas alegações, transfigurando-se agora em certezas. Este
obcecado homem vive cheio de si mesmo, engendrando estranhos Casos
Gleiwitz a torto e a direito.
O comunicado emitido por Berlim, coloca a histriónica criatura no devido lugar: na
sarjeta.
Título, Imagem e Texto: Nuno Castelo-Branco, Estado-Sentido, 22-10-2013
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