Nuno Carregueiro
A ARC Rating, empresa de
notação financeira que resultou da fusão da portuguesa CPR com outras quatro companhias,
atribuiu um "rating" de BBB- a Portugal, citando a recuperação da
economia e a estabilidade política.
A ARC Ratings, na primeira
avaliação que faz a Portugal, classificou a dívida portuguesa com uma notação
financeira de "BBB-", o que representa o primeiro nível acima da
categoria de "lixo". O "outlook" é estável.
Numa nota publicada no dia 1 de Maio, a ARC cita sete factores para justificar o "rating" atribuído a Portugal: a estabilização da economia depois da crise; uma recuperação económica mais apoiada nas exportações; estabilidade política e continuidade de políticas entre os partidos do arco da governação; gestão proactiva que limita os riscos associados à elevada dívida pública (130% do PIB); queda do desemprego; programa de compra de dívida pública por parte do Banco Central Europeu e a integração na Zona Euro.
A agência lista também os
factores de risco que Portugal enfrente actualmente, destacando-se o histórico
de fraco crescimento económico; a falta de competitividade da economia; o
montante elevado da dívida pública; a elevada alavancagem da economia e os
riscos de contágio associados a uma possível saída da Grécia do euro.
A ARC estima que a economia
portuguesa registe um crescimento de médio entre 1,5% e 2% no médio prazo e que
a dívida pública registe uma descida "muito moderada" face ao actual
nível de 130% do PIB.
Como factores positivos para
Portugal a ARC cita ainda o "regresso da confiança dos investidores",
a melhoria da posição externa e a estabilidade no sector financeiro.
Uma revisão em alta do rating de Portugal poderá acontecer caso ocorra uma
"forte melhoria da competitividade da economia real", o que
representaria uma "transformação estrutural" da economia. Em sentido
inverso, o "rating" poderá ser cortado caso ocorra um cenário de
deflação e sejam aplicadas políticas fracturantes.
As três grandes agências de
notação financeira (Standard & Poor’s, Fitch e Moody’s) classificam a
dívida de Portugal no nível de "lixo".
A ARC Ratings, que tem sede em
Lisboa, resulta da união da Companhia Portuguesa de Rating (CPR) com a indiana
Credit Analysis and Research Limited (CARE), a Global Credit Rating Company
Limited (GCR) da África do Sul, a Malaysian Rating Corporation Berhad (MARC) e
a brasileira SR Rating. A união ocorreu em 2014.
A CPR era detida a 100% pela
SAER (Sociedade de Avaliação de Empresas e Risco). Agora é detida 100% por uma
"holding" onde existem cinco accionistas dos quais um deles é a SAER
e os outros quatro são as outras agências de "rating".
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