José Manuel Moreira
Quase não dá para acreditar
que os farsantes que delapidaram a herança de pais e avós e que insistem em
endividar ainda mais filhos e netos sejam os mesmos que querem salvar o
Planeta. Surpreendente é o número de jornalistas que se presta a proclamar a boa-vontade
da casta que viaja de jacto e dorme em hotéis à medida da sua grandeza.
Tudo em clima de união
burocrática cheia de certezas sobre o dilúvio que aí vem e do “castigo”
politicamente correcto que nos espera: tornando os pobres mais pobres e os diferentes
ainda mais diferentes. Num caminho-purgatório onde há títulos para todos os
gostos: como “Os sapatos do Papa contra o suicídio (colectivo)” ou a “Terra
desespera por acordo em Paris”.
Mesmo assim há quem,
desconfiado, lembre Christiana Figueres, responsável das Nações Unidas para o
“Climate Change”. Ao admitir que o objectivo dos activistas do ambiente não é
salvar o mundo da catástrofe ecológica. É destruir o capitalismo: “mudar o
modelo de desenvolvimento económico que tem dominado nos últimos 150 anos”.
Terá razão Dan Mitchell, economista do Cato Institute, quando a acusa de fazer
o mundo olhar para a sua mão direita para com a esquerda estrangular as
economias desenvolvidas? Veja-se a alteração de conceitos para justificar novas
transferências: com a “ajuda ao desenvolvimento” a dar em “ajuda climática”,
para agora – com o crescendo de migrações – passar a “migração ambiental”.
Falta só o envelope das novas obrigações que reforçam o poder dos artesãos da
redistribuição que gerem os fundos verdes do “Mercado de Natal” de Paris.
Louvando-se na justiça climática: o novo animal de estimação criado para a
COP21.
Por falar em animais, como
conciliar o empenho contra a violência sobre os ditos com a indiferença perante
a morte de seres humanos indefesos e inocentes? Contraste que se agrava com a
pressa em tornar ainda mais gratuita a causa do aborto. Tudo em nome do
progresso e de uma liberdade de escolha negada em outros âmbitos, como na
educação. E num tempo em que o direito a barrigas de aluguer choca com as loas
à dignidade dos animais.
Mais contrastante é a forma
como os bem-pensantes de um Portugal envelhecido e falido aplaudem alguém como
Stiglitz que aconselha o governo a aumentar impostos para investir mais nas
pessoas e na tecnologia. Isto a convite de uma Fundação (FCG) e num País perto
do abismo: fruto da crença na salvação por via do aumento do consumo, não da
poupança. Do agravamento do mal para o corrigir. Loucura que conta com
empresários sem preparação para assumir a defesa da economia de mercado e
sempre dispostos a apoiar um capitalismo clientelar/socialismo de compadrio e a
subsidiar com jornais e fundações o ódio à civilização. O medo ao insulto
(fascista) é tanto que pagam para se concertar com comparsas de regimes
criminosos. Dá ideia de que vivemos os últimos dias de um mundo rastejante. Mas
ainda vai dar para ver se os votos da FN, em França, como cá os do BE e PCP,
são mesmo iguais aos outros. Entretanto, há quem insista em pedir bifes e leite
de vaca que, dizem, originam 51% das emissões de gases com efeito de estufa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-