José Manuel
Surreal, que
denota estranheza, transgressão da verdade sensível, da razão, ou que pertence
ao domínio do sonho, da imaginação, do absurdo.
O ano de 2015 foi-se, graças a
Deus, e com ele a minha vontade de escrever, principalmente sobre o meu fundo
de pensão, que me roubou boa parte dos últimos dez anos, na busca por uma
solução.
Terminamos o ano anterior com
um calaboca meio nas coxas, porque a correção de dez meses mais os juros
ninguém sabe ninguém viu. O trivial e de sempre.
Coisas de um Brasil
ultrapassado, de um país estacionado no tempo, em que a moda é mentir, passar o
semelhante para trás, ofender a vida de quem quer que seja, não importando o
quanto importante ele foi para o seu desenvolvimento ao longo dos anos, em que
as palavras sociedade, cidadania são extremamente banais para serem levadas a
sério. Qualquer bunda ao léu, uma loira gelada descendo redondo, ou um smartphone de
altíssima geração vale mais do que uma cidadania bem aplicada.
E assim vamos indo, lendo nas
bancas de jornais e en passant as
notícias políticas que não param de nos constranger o dia a dia pseudo
civilizado e acoplado a um calor subsaariano, que vai nos minando, consumindo,
ainda não sei se pelo primeiro constrangimento ou pelo segundo térmico.
Enfim, duas resoluções foram
tomadas ao fechar as portas do ano velho: a primeira, esquecer que
o Aerus existe, e a segunda, nunca mais perder tempo em escrever
sobre os políticos que nos afligem.
No máximo desejar que o
Maurício Macri se candidate ao planalto em 2018.
Mas, como tudo sempre tem um
mas, minha mãe, com 88 anos, que está passando uma temporada em Portugal com a
nossa família, esta semana pediu-me que lhe enviasse 300 euros, pois o seu
dinheiro está para acabar e com certeza vai pagar excesso de bagagem, como
sempre, em sua próxima volta.
Aí... fui ao banco... e pedi
para enviar a módica quantia que, fazendo o câmbio de ontem, não passava de R$
1.411,20.
Para enviar essa pequena
quantia, para suprir uma emergência, o governo me extorquiu R$ 249,04, a título
de imposto de renda, mais R$ 5,36 de IOF, e o banco, assecla do ladrão maior,
tratou logo de me surripiar R$ 195,00 a título de operação financeira, nome
bonito para um reles roubo de periferia.
O total do assalto custou apenas R$ 449,40 ou U$ 112,35
ao câmbio de ontem.
Aí... hoje, tive de enviar
pelo correio um documento a uma amiga que reside em Portugal. O envelope pesado
no correio tinha apenas 25 gramas. O veredicto foi forte, pesado e sonoro:
R$110,00, e sem choro.
Só para termos uma pequena
ideia, hoje, 8 de janeiro de 2016, preço do barril de petróleo custa a quantia
de US$ 46,17, isso mesmo, quarenta e seis dólares e dezessete centavos.
Pois bem, a última vez que
estive na Casa do Caviar em Londres [foto abaixo], a grama custava US$ 1 dólar. Hoje não
mudou muito e você compra a grama a US$ 1,60
Entre um barril de petróleo a
US$ 46,17 e um grama de caviar a US$ 1,60, cobrar aqui no Brasil por uma carta
de 25 gramas, US$ 27,50 ou, respectivamente, um dólar e dez centavos por
grama, é no mínimo uma piada.
É assim que querem receber
turistas no país da piada pronta.
Título e Texto: José Manuel, doido para fechar a luz no
aeroporto, 8-1-2016
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