EXTRA
Com o reajuste de 3,43% a ser
concedido a 11,7 milhões de aposentados e pensionistas do INSS que ganham acima
do salário mínimo — o aumento será pago em fevereiro, sobre os vencimentos de
janeiro —, a defasagem desses benefícios mais altos em relação ao aumento do
piso nacional chegará a 87,28%. Esse é percentual acumulado de perda do poder
de compra dos segurados que recebem mais do que o piso, no período de 1994 a
2019, ou seja, desde o início do Plano Real.
O cálculo foi feito pela
Confederação Brasileira de Aposentados, Pensionistas e Idosos (Cobap). E esse
percentual de perda cresce de tempos em tempos porque, em geral, os segurados
do INSS que ganham mais acabam tendo reajustes menores do que os que recebem
apenas o mínimo.
O aumento de 3,43% deste ano
refere-se ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulado de
janeiro a dezembro de 2018. O indicador é medido pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE). No caso dos aposentados que ganham acima do
piso nacional, o aumento anual considera a necessidade de reposição da
inflação. É o que determina a lei. Nada impede, porém, que o governo decida dar
um aumento maior (ganho real).
Para o reajuste do salário
mínimo — e consequentemente dos outros 23,3 milhões de segurados do INSS que
ganham apenas o piso —, o governo federal considera outra fórmula de cálculo: a
alta do custo de vida no ano anterior (no caso, o INPC de 2018) mais a variação
do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas do país) de dois anos antes
(2017).
Este ano, porém, o governo
anunciou o reajuste do mínimo antes de o INPC de 2018 ser fechado. Com isso,
foi aplicada uma projeção de inflação mais o crescimento do PIB em 2017 (de
1%), além de uma diferença de R$ 1,75, que deixou de ser aplicada no ano
passado. Dessa forma, o aumento do piso nacional ficou em 4,61%.
Essa divergência de
percentuais agravou ainda a perda do poder de compra dos benefícios maiores.
Exceção
Em 2018, aposentadorias e
pensões acima do salário mínimo foram reajustadas em 2,07%, enquanto o piso
nacional teve aumento de 1,95%. Porém, esse comportamento não é comum.
Historicamente, o salário mínimo tem reajustes anuais maiores do que o índice
concedido a aposentados e pensionistas que ganham acima do piso nacional,
atualmente em R$ 998.
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E esse percentual de perda cresce de tempos em tempos porque, em geral,
os segurados do INSS que ganham mais acabam tendo reajustes menores do que os
que recebem apenas o mínimo
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De 2003 a 2010, as aposentadorias acima do mínimo tiveram perdas de mais
de 44%
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Em 2012, enquanto o mínimo teve reajuste de 14,13%, as aposentadorias
acima do piso tiveram aumento de apenas 6%
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Em 2018, aposentadorias e pensões acima do salário mínimo foram
reajustadas em 2,07%, enquanto o salário mínimo teve aumento de 1,81%. Porém,
esse comportamento não é comum
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Concordo que as aposentadorias brasileiras estão baixíssimas e defasadas, principalmente em comparação aos 200 Milhões de Dólares recebidos por Raul Schmidt em propinas na operação Lava-Jato e agora encontra-se num apartamento milionário em Lisboa, comendo bacalhau e pastéis de nata. Cuidado aí pra não topar com ele passeando alegremente no Largo do Rato. Se ocorrer, avisem que o Brasil e o povo brasileiro o aguardam!
ResponderExcluirUma verdadeira bomba atômica o Artigo publicado pelo jornal EXTRA do Rio de Janeiro, em 15 do corrente! A reportagem publica planilhas elaboradas pela COBAP, um verdadeiro Raio X da satânica e desumana perseguição dos nossos últimos quatro presidentes, quando vimos, gestões direcionadas somente contra os direitos dos indefesos aposentados! Ao contrário do que preceitua a nossa Constituição/88 e o Estatuto do Idoso/2003, que determinavam a manutenção do poder aquisitivo do aposentado, estes desgovernos, Fernando Henrique, Lula, Dilma e Temer, com sede vampirística no já debilitado sangue dos aposentados do RGPS, defasou-os, chegando ao inacreditável percentual de 87,28% de covardes surrupios realizados contra cidadãos com idade avançada! Temos que fazer uma ressalva entretanto para o presidente Michel Temer, que mesmo tendo um período mais curto de governo, concedeu aos aposentados lesados, em 2017 e 2018, percentuais acima ao do salário minimo, mostrando que quando se quer, não é necessário prejudicar aposentados. Parabéns ao EXTRA e a COBAP por divulgarem holocaustos como este, que desabona e desqualifica a soberania e a justiça social do nosso apequenado Brasil...
ResponderExcluirAlmir Papalardo.