Ludmilla Souza
O ministro do Meio Ambiente,
Ricardo Salles [foto], disse hoje (9) que o Brasil preservou a Amazônia por
esforços próprios. “O Brasil é um país que preservou 84% da sua floresta
amazônica, e fez isso pelos seus méritos próprios, com seus esforços próprios e
continua preservando e defendendo a floresta. Temos vários mecanismos
financeiros que foram aventados internacionalmente, inclusive por ocasião do
Acordo de Paris, e também do Protocolo de Quioto: o pagamento por serviços ambientais,
por créditos carbonos, REDD [Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação
florestal ou, em inglês, Reducing Emissions from Deforestation and Forest
Degradation], enfim, todo esse arcabouço de recursos que são aventados no
mundo para contribuir com a preservação.”
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Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil |
O ministro abordou o tema
Agenda Nacional de Qualidade Ambiental no almoço-debate do Grupo de Líderes
Empresariais (Lide) que contou com a presença de CEOs, presidentes e demais
lideranças corporativas, além de outras autoridades públicas em São Paulo.
O ministro do Meio Ambiente
disse ainda que as atitudes do governo contra o desmatamento ilegal da Amazônia
passam pela modernização do decreto de conversão de multas. “As tarefas de
combate à criminalidade são desempenhadas sobretudo pelas autoridades
policiais, dos órgãos de fiscalização ambientais, na parte de punições
administrativas. A percepção penal relativa aos crimes ambientais são feitas
através do Judiciário. Além disso, estamos modernizando, inclusive, com o a
atualização do decreto de conversão de multas, dando maior celeridade ao
programa”, disse.
O Decreto 9.760 introduz
mudanças na cobrança de multas do governo federal sobre crimes ambientais. O
texto amplia as possibilidades de converter indenizações em ações de
recuperação do ambiente, por exemplo. A principal mudança introduzida no
decreto estabelece que os órgãos vinculados ao Ministério do Meio Ambiente são
obrigados a estimular a conciliação nos casos de infrações administrativas por
danos ambientais e seguir um processo descrito no documento.
Quanto às críticas
internacionais sobre o aumento das queimadas na Amazônia, Salles disse que o
governo tomou todas as atitudes que poderia tomar em resposta ao aumento das
queimadas e que a tendência é de controle. “O governo determinou uma inédita
operação de garantia da lei e da ordem ambiental, colocando à disposição dos
estados mais de 4 mil homens, diversas aeronaves, investimentos muito significativos
no combate a esses focos de queimada e, também, no combate ao desmatamento
ilegal. Todas as respostas à disposição do governo federal foram colocadas
agora, em parceira com os governos dos estados, que também têm um papel
importante nos dois temas, tanto no controle das queimadas, quanto no combate
às atividades ilícitas. Esse esforço conjunto, com certeza, vai trazer
resultados bastante rápidos e já estamos sentindo muitos deles em campo”.
Regulamentação fundiária e instituições ambientais
Durante a apresentação aos
empresários, o ministro disse que o verdadeiro problema, que atrapalha o
desenvolvimento econômico sustentável da Amazônia, é a falta de regularização
de atividades de exploração na região. Citando reportagem do Wall
Street Journal, Salles citou que 51% das queimadas na floresta ocorrem em
áreas sem definição de titularidade, o que abre espaço para insegurança
jurídica e desmatamento. “A regulamentação fundiária é pré-condição para que se
tenha possibilidade de implantar responsabilidade para cuidar do que está lá”,
afirmou.
Salles também culpou os
governos anteriores por "incharem a máquina pública", afetando duas
das principais instituições ambientais brasileiras, o Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto Chico
Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio).
“Tivemos governos anteriores
que incharam a máquina pública, contrataram políticas públicas, uma série de
despesas, sem preocupação com meritocracia e metas”, afirmou, ao ser
questionado sobre a atuação do ICMBio e Ibama, no atual governo.
Salles criticou novamente
governos anteriores para defender o uso da economia sustentável para ajudar
brasileiros que moram na região. "E o que foi feito nos últimos anos?
Quase nada. Entrou ano, saiu ano, e o pior Índice de Desenvolvimento Humano é
na Amazônia. Alguma coisa precisa ser mudada para incluir essa população, que
não pode ser deixada pra atrás", afirmou.
Título e Texto: Ludmilla Souza; Edição: Maria
Claudia – Agência Brasil, 9-9-2019
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