Duarte Calvão
Numa entrevista nesta
semana, o novo diretor do ABC (Julián Quirós, na foto) afirma
que o jornal pretende “atender e inspirar as amplas camadas liberais e
conservadoras da sociedade espanhola”. Mais adiante, sublinha que o jornal não
está “subordinado aos partidos”.
Imagino que se a entrevista
fosse com um hipotético novo diretor do El País, este diria que iria “atender e
inspirar as amplas camadas socialistas e progressistas”.
Sinto falta desta clareza e
pluralismo na Comunicação Social portuguesa, onde quase todos os meios têm redações
com a mesma mundividência, basicamente de esquerda, que implica as mesmas
agendas, as mesmas hierarquizações de temas a desenvolver, as mesmas fontes, a
mesma confusão entre o que é seguir uma tendência política e o servir partidos.
Até aqueles meios que, por
causa das secções de Opinião, julgamos que são diferentes, mas cuja informação
praticamente não se distingue da enfadonha mesmice instalada. (*)
Título e Texto: Duarte
Calvão, Corta-fitas,
6-9-2020
(*) Que é o caso do “Observador”.
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