Gabriel Mithá Ribeiro
Há dias representei o Partido CHEGA num grande evento académico numa instituição universitária de referência, caso tipo do atual panorama do ensino superior. O campo do conhecimento da instituição é a «ciência política», área esdrúxula da formação académica inventada em finais do século passado no contexto do assalto das universidades pelos esquerdistas iniciado em 1974. No Ocidente, «ciência política» é nome de batismo da institucionalização do velho «socialismo científico» soviético, que hoje se impõe às demais áreas do saber clássicas (filosofia, história, literatura, psicologia, direito, entre outras).
Acontece que o uso da razão na
civilização ocidental determina que «ciência» é das universidades e «política»
é dos partidos e das ideologias. Desse modo, «ciência política» é fruto da
mesma pulsão humana que mistura água com azeite, com a particularidade de a tal
composição se aplicar a Lei de Gresham: «A moeda má tende a expulsar do mercado
a moeda boa». Logo, a realidade irá sempre demonstrar que quando se mistura
«ciência», a boa moeda, com «política», a má moeda, esta expulsa aquela. É a
identidade atual das universidades, em particular nas áreas de humanidades e
ciências sociais, simbolizada por excelência no rótulo «ciência política».
1. A douta campanha
eleitoral fraudulenta
Embora admita ser coincidência
temporal, pois uma instituição universitária trabalha o ano inteiro, na sessão
«académica» a que assisti como convidado em plena campanha eleitoral (ou
pré-campanha) nada falhou. Estávamos num auditório amplo e bem composto de
estudantes e depressa se percebeu que era para passarmos a manhã e tarde
subjugados pela autoridade suprema do pensamento único de esquerda, revivalismo
dos «bons» tempos da antiga União Soviética.
O problema é que o pensamento único é exatamente o contrário da «ciência». Esta só existe onde e quando nada é dado como garantido, em rigor, quando a atitude da instituição é a da liberdade intelectual, o que quer dizer permanente questionamento que teste ao limite a verdade científica. Logo, a sessão retratava como no interior das universidades se tem destruído a ciência, ou o conhecimento, mal que depois se projeta a cada geração na vida social. A condizer, tudo (ou quase) naquela universidade, como noutras públicas, é pago a peso de ouro pelos contribuintes portugueses.
2. Nem ciência nem
catequese: doutrinação esquerdista
Uma sumidade catedrática deu
início à sessão com uma certeza: a crise das democracias. A «sua ciência»
garante que pelo planeta se caminha para as trevas antidemocráticas: Europa,
Américas, África. A fonte do mal subentendida a cada douta frase era a «extrema-direita».
Tal sumidade tutelar
catedrática professora doutora não é exceção, antes regra. Representa os que
ignoram Max Weber. Há cerca de um século, ensinou que sem o princípio da
«neutralidade axiológica» não há ciência. A expressão quer dizer nunca
descartar a hipótese contrária à que defendemos se a contrária for plausível.
É a mais brutal negação da
ciência não colocar a hipótese de não haver «crise das democracias», antes
«renovação» ou «revitalização» justamente porque as populações exigem que quem
mandou durante meio século, a esquerda, deva ser substituída pela direita. No
limite, não é descartável a hipótese académica de o mundo ter entrado no «fim
do ciclo histórico de ditaduras com rosto de democracias».
Quem assistia, minutos depois
viu confirmada a ausência da ciência na universidade (porque o uso da razão
estava ausente), também não era a honestidade da catequese (aí assume-se que é
a fé em Deus que tudo determina), antes participava numa fraude mental do
tamanho do mundo chamada doutrinação, pois a mais grosseira ideologia política
estava escondida no rótulo de «ciência», e assim vive na intimidade quotidiana
de salas de aula e auditórios de universidades. Três jovens alunos da
associação académica que organizou o evento «científico» intervieram no início
dos trabalhos.
Das palavras resultantes da
sua formação e preocupações iniciais do seu percurso académico, garantiam ao
mundo que esse mesmo mundo (passo a redundância) estava a ficar «incerto»,
«sombrio», a «intolerância reinava», «não podemos permitir que a nossa liberdade
seja limitada», era preciso travar a ascensão do «extremismo», do «discurso de
ódio», do «autoritarismo». A sempre subentendida «extrema-direita» voltava a
ser martirizada. Para explicarem onde reside a salvação da espécie humana, os
jovens estudantes foram apresentando citações das suas apuradas evidências
«científicas»: de Barack Obama a Nelson Mandela. Na prática, cabeças jovens
depositárias abúlicas da irracionalidade dos catedráticos da instituição.
3. O pináculo da douta
fraude eleitoral anti-Chega
O ambiente académico dos
painéis da sessão foi andando até um reputado professor doutor catedrático
tocar no ponto «científico» nevrálgico latente desde o primeiro minuto: Donald
Trump é «palerma», «lunático», «perigoso». Claro que não poderia dizer «André
Ventura» com um representante do CHEGA presente. Perto do final desse painel,
fiz uma breve intervenção sem quebrar o dever da cordialidade institucional.
Estávamos no final das sessões da manhã e retirei-me sem estômago para assistir
às sessões da tarde onde se iria falar «cientificamente» da China e da «crise»
das democracias na América Latina. Imagine-se.
No balanço, nem com uma lupa
se encontrariam diferenças entre uma universidade portuguesa e um comício
eleitoral do PS, BE, PCP, Livre, PAN e até do PSD por estes dias. Só haverá
futuro para os portugueses quando houver uma limpeza profunda das universidades.
Elas têm de existir para a ciência e para o conhecimento, não para a
doutrinação rasca do marxismo-leninismo-esquerdismo-progressismo-woke!
Título, Imagem e Texto: Gabriel Mithá Ribeiro, Deputado da Nação CHEGA – Leiria, Facebook, 5-4-2025
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