Paulo Hasse Paixão
Na sequência de ganhos significativos nas eleições municipais para o Reform UK, o partido
populista liderado por Nigel Farage, a imprensa corporativa aproveitou para
revelar como está completamente fora de contacto com o eleitorado britânico e
as suas aspirações.
Por exemplo, o Financial
Times publicou esta manchete patética sobre o assunto.
“Uma onda indesejável de populismo de direita na Grã-Bretanha”
Indesejável? Tendo em conta o facto do Reform UK ter ganho 677 dos cerca de 1600 lugares municipais em disputa, os resultados foram até bastante desejáveis, se não para a redação do Financial Times, para uns largos milhões de pessoas que se deram ao trabalho de ir votar.
Monumental. People have had enough. pic.twitter.com/jxpta4GdLj
— Paul Joseph Watson (@PrisonPlanet) May 2, 2025
Os conservadores perderam uns impressionantes 676 lugares, menos um do que os reformistas ganharam, enquanto os trabalhistas, o partido que ganhou as eleições gerais no ano passado, ganhou apenas 99 lugares e perdeu mais de 180.
É bastante claro que o Reform
UK foi “bem-vindo” pelos eleitores.
No entanto, o FT descreveu a
vitória monumental como um “bug populista-nacionalista”, acrescentando que o
Reform encontrou a “mistura certa de posições de extrema-direita anti-imigração
e anti-net zero”, para dar “uma tareia a ambos os partidos principais”.
The mainstream media elites can’t hide their disdain for ordinary people
— Winston Marshall (@MrWinMarshall) May 3, 2025
Instead of trying to understand their concerns they write them off with derogatories like “right-wing populism”.
I have nothing but contempt for them https://t.co/GgfQ0sFpDN
Os meios de comunicação
social, como também gosta de fazer Keir Starmer, podem usar o termo pejorativo
“extrema-direita” o quanto quiserem, mas o facto é que é evidente que a maioria
dos nativos da Grã-Bretanha está agora perfeitamente consciente de que a
imigração descontrolada está a degradar a qualidade de vida em todo o país.
Desde metrópoles em colapso a
pacatas aldeias rurais. Nenhum sítio está isento do seu alcance.
Como sempre, quando ganham os
partidos que a imprensa corporativa quer ver vencedores, as eleições refletem
“a vontade do povo”, mas quando é o outro lado que ganha, trata-se de uma
espécie de anomalia “indesejável”.
Podiam viver em Marte, que
sabiam o mesmo sobre a realidade social da Grã-Bretanha.
Título e Texto: Paulo Hasse
Paixão, ContraCultura,
6-5-2025
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