terça-feira, 6 de maio de 2025

Alienados: Financial Times dá prova que vive do outro lado da galáxia

Paulo Hasse Paixão

Na sequência de ganhos significativos nas eleições municipais para o Reform UK, o partido populista liderado por Nigel Farage, a imprensa corporativa aproveitou para revelar como está completamente fora de contacto com o eleitorado britânico e as suas aspirações.

Por exemplo, o Financial Times publicou esta manchete patética sobre o assunto.

“Uma onda indesejável de populismo de direita na Grã-Bretanha” 

Indesejável? Tendo em conta o facto do Reform UK ter ganho 677 dos cerca de 1600 lugares municipais em disputa, os resultados foram até bastante desejáveis, se não para a redação do Financial Times, para uns largos milhões de pessoas que se deram ao trabalho de ir votar. 

Os conservadores perderam uns impressionantes 676 lugares, menos um do que os reformistas ganharam, enquanto os trabalhistas, o partido que ganhou as eleições gerais no ano passado, ganhou apenas 99 lugares e perdeu mais de 180. 

É bastante claro que o Reform UK foi “bem-vindo” pelos eleitores.

No entanto, o FT descreveu a vitória monumental como um “bug populista-nacionalista”, acrescentando que o Reform encontrou a “mistura certa de posições de extrema-direita anti-imigração e anti-net zero”, para dar “uma tareia a ambos os partidos principais”.

Os meios de comunicação social, como também gosta de fazer Keir Starmer, podem usar o termo pejorativo “extrema-direita” o quanto quiserem, mas o facto é que é evidente que a maioria dos nativos da Grã-Bretanha está agora perfeitamente consciente de que a imigração descontrolada está a degradar a qualidade de vida em todo o país.

Desde metrópoles em colapso a pacatas aldeias rurais. Nenhum sítio está isento do seu alcance.

Como sempre, quando ganham os partidos que a imprensa corporativa quer ver vencedores, as eleições refletem “a vontade do povo”, mas quando é o outro lado que ganha, trata-se de uma espécie de anomalia “indesejável”.

Podiam viver em Marte, que sabiam o mesmo sobre a realidade social da Grã-Bretanha.

Título e Texto: Paulo Hasse Paixão, ContraCultura, 6-5-2025

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