Telmo Azevedo Fernandes
Javier Milei e a experiência
argentina reabre uma questão antiga: até que ponto a liberdade pode regenerar
uma sociedade habituada à dependência?
Para a Europa e para Portugal
o fenômeno Milei coloca-nos desafios à reflexão sobre nós próprios. O
liberalismo de Milei é o de um povo que decide ser adulto e viver sem tutelas
do Estado nem de oligarquias. Esta é também uma questão essencial para Portugal.
O chamado “fenômeno Milei” é
muito mais do que um acidente populista ou um manual de política económica. A
liberdade económica não é uma questão de eficiência; é uma questão moral, e o
igualitarismo é injusto porque destrói o mérito e ambição. O fenômeno Milei é,
portanto, um sobressalto cultural e uma reação de sobrevivência moral ao
cansaço do socialismo.
O colapso das economias começa quando uma sociedade deixa de acreditar que o mérito e o esforço valem a pena. Daí que a Argentina tenha falido moralmente antes de falir financeiramente. Em Portugal não estamos ainda em situação de colapso, mas vivemos num consenso social-democrata que vê o Estado como proteção natural.
O país precisa de clareza moral, de disciplina fiscal assumida sem vergonha, de simplificação regulatória que liberte quem cria e trabalha, de reabilitar o prestígio do esforço, da poupança e da regra; e de recuperar critério. Critério para distinguir entre direitos e prebendas, entre investimento e despesa, entre proteção dos vulneráveis e captura corporativa. As reformas começam no carácter antes de chegarem ao orçamento. Começam na cultura de exigência, de verdade e de responsabilidade.
Como diz Javier Milei, a
liberdade não é um direito, é um dever.
Na próxima sexta-feira (dia
10), a Oficina da Liberdade organiza uma
conversa sobre estes temas entre Rafael Campos Pereira e André
Azevedo Alves. Será às 18h00 no Palácio da Bolsa, no Porto.
Em Lisboa, numa sessão
semelhante que decorrerá no dia 21 de outubro, perguntarei a Pedro
Ferraz da Costa e José Manuel Fernandes, quais os aspectos das políticas de
Milei que serão úteis a Portugal.
Fica o convite à presença de
todos. Dia 10 no Porto, dia 21 em Lisboa.
A minha crónica-vídeo de
hoje, aqui:
Título, Texto e Vídeo: Telmo Azevedo Fernandes, Blasfémias, 8-10-2025
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