Os dados acabam por
surpreender. Ainda há mais empresas a serem criadas do que aquelas que fecham.
No entanto, os valores estão a ficar muito perto.
Outros dados, noticiados anteriormente,
já davam conta do panorama. Ainda se criam, em Portugal, mais empresas do que
aquelas que fecham. No entanto, os números estão a aproximar-se.
O número de empresas criadas
em 2012, um total de 31.240, volta a valores de 2010. Segundo dados da Informa
D&B, divulgados esta quarta-feira, 30 de Janeiro no Barómetro Empresarial
Anual, há um retorno aos números de 2010, depois de um crescimento atípico em
2011 na constituição de empresas, o que a Informa D&B atribui ao efeito das
medidas fiscais implementadas no final de 2010 e à nova lei do capital social
que favoreceu criação atípica de empresas em 2011.
As sociedades unipessoais são
as formas societárias que garantiram mais empresas novas. São mais de 14 mil as
sociedades unipessoais criadas em 2012, seguindo-se as sociedades por quotas,
com 13,5 mil. Há poucas sociedades anónimas a serem criadas (1.059). A
eliminação, em 2011, de capital social mínimo de cinco mil euros - passou a ser
exigido apenas um euro por sócio - para a constituição de empresas resultou na
constituição de mais de 12,6 mil empresas com capital abaixo dos cinco mil
euros.
Por sectores, nota para a
subida de 42,8% na criação de sociedades ligadas à agricultura, pecuária, pesca
e caça. Em 2012, foram criadas 1.566 empresas neste sector, único que subiu em
termos de criação de empresas. Os restantes caíram todos. Na maior parte dos
sectores houve mais criação de empresas do que dissoluções. No entanto, na
construção houve mais dissoluções e insolvências (3.764) do que criação
(2.445). Já no alojamento e restauração, que teve impacto fiscal em 2012,
regista-se ainda mais constituições (3.239) do que dissoluções ou insolvências
(2.094).
Se foram criadas 31.240
empresas, foram, por outro lado, dissolvidas 18.060 sociedades, o valor mais
elevado desde 2003, ano em que começa a base de dados deste barómetro.
Antes das 18 mil empresas
dissolvidas em 2012 o valor mais elevado tinha sido registado em 2006 a
dissolução de mais de 16 mil empresas.
Se a estas dissoluções
juntarmos os 7.266 processos com insolvências iniciadas, então o saldo entre
empresas criadas e dissolvidas ou em insolvência é ainda positivo, mas a
aproximar-se. Juntando as empresas dissolvidas e em insolvência alcança-se um
valor de 25.326 entidades, ou seja, com um saldo líquido de 5.914 entidades.
Nas insolvências iniciadas,
segundo dados da Informa D&B, há um crescimento significativo nas
insolvências de empresários em nome individual. Os processos subiram 51,2% face
a 2011, totalizando 1.420 entidades.
A Informa D&B faz ainda
uma comparação com Espanha, onde se verificou a constituição de 88.713
empresas, um valor 2,8 vezes superior ao protuguês. Já em Espanha as
dissoluções aumentaram mais, tendo-se assistido ao desaparecimento de 26.430
empresas.
Título e Texto: Alexandra Machado, Jornal de Negócios, 30-01-2013
Curiosamente, vi na SIC e na
TVI a “notícia” sobre as falências, isto é, sobre o aumento das falências em 2012. As razões? Ficou implícito
que todas essas falências se devem, exclusivamente,
à crise, quer dizer, ao atual governo. E mutismo completo sobre o número
(superior) das empresas que abriram. É phoda!!
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