Arménio Carlos, foto: Mariline Alves/CM |
O sempre vivo Marcelo Rebelo
de Sousa, sobre a frase de Arménio Carlos, "o mais escurinho", relativamente ao representante do
FMI, declarou: "fica mal a qualquer pessoa, ainda mais a um homem de
esquerda".
O que será ser de esquerda?
Pode ser esquerda pouca esquerda, ou esquerda nas bordinhas? Pode ser
estalinista? Ou só marxista? Ou nem uma coisa nem outra, mas acreditar que
Rosseau é que a sabia toda? Ou bastando auto-classificar-se de esquerda e
acreditar que é a família de Sócrates que lhe suporta a estadia em Paris?
Algo se conclui: ser de
esquerda é coisa de gente boa. Gente para quem o racismo é cruzes credo.
Mas bastaria perguntar a
qualquer angolano ou moçambicano que tivesse estudado na URSS ou RDA, como
tinha sido a estadia. Ou se calhar, as provocações e perseguições, vinham de
elementos infiltrados ao serviço do imperialismo.
Ridículo aparte, eis que
Arménio Carlos reclama: tiraram a coisa do contexto, "o que eu disse foi
que em Fevereiro regressam os três reis magos, dois brancos e um escurinho, que
são os representantes do Banco Central Europeu, da Comissão Europeia e do Fundo
Monetário Internacional. São os representantes dos grandes senhores. E
acrescentei que são os mesmos que fizeram a sexta avaliação da troika e já
falam em baixar a TSU, o IRS e em alterar o IVA e intensificar as
privatizações".
Agora pergunto eu: e se os tais "grandes senhores" - só esta classificação nos remete para uma mediocridade que dói - decidirem enviar uns tipos negros (ou será que devo escrever escurinhos, como pessoa de esquerda?)? Que diria o Arménio? O escurão, o escuro e o escurinho?
Agora pergunto eu: e se os tais "grandes senhores" - só esta classificação nos remete para uma mediocridade que dói - decidirem enviar uns tipos negros (ou será que devo escrever escurinhos, como pessoa de esquerda?)? Que diria o Arménio? O escurão, o escuro e o escurinho?
Claro que Arménio acrescenta,
cada vez se "enterrando mais":"aqueles que vêm a Portugal -
sejam brancos, pretos ou amarelos - pôr em causa os nossos interesses nós temos
de contestar"...
E culmina com umas pazadas de terra no buraco onde se enfiou:"... racista não sou, não fui e nunca serei", alegando que a denominação "escurinho" foi num contexto político e não racial.
Ser de esquerda torna o
racismo uma coisa carinhosa: escurinho. Para alguém de esquerda são todos
humanos, podem ser pretos, amarelos ou brancos. Quem é de esquerda não é
racista porque nem liga... mas repara, assinala, chama a atenção: "apesar
de serdes escurinhos, vinde até mim... que sou de esquerda"
Título e Texto: Alberto de Freitas, 28-01-2013
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