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D. Sebastião I (1554-1578),
pintura atribuída a Cristóvão de Morais, Museu Nacional de Arte Antiga. Foto:
Paulo Pereira
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Uns dizem que o “ pensamento
de Álvaro Cunhal é completamente
actual”, confirmando que o PC teve sempre um problema com a liberdade, nunca
aceitou a democracia representativa e não desiste de na rua derrubar os
Governos legitimamente eleitos (quaisquer que sejam, para eles qualquer
governo eleito até hoje é de direita), continuando limitados à mundovisão antifascista que rejeita a queda
do muro de Berlim; outros, com obrigações inerentes a fazerem parte do arco
governativo, continuam a pensar que ainda não estamos na Europa, querem uma
democracia dirigida pelos interesses de uma minoria instalada no Estado
sobredimensionado, em nome de um Estado Social que eles mesmos colocaram em
risco de não cumprir a sua função social, propondo soluções de governo que não
aceitam o primado das regras da União Europeia.
A imprensa e os comentadores,
maioritariamente, continuam a campanha “a toque de caixa“ de criar cenários,
uns atrás de outros, para justificar o fim do governo, em exercícios de
retórica que por vezes antecipam o dispositivo de manobras do principal partido
da oposição.
A todos une a recusa da
realidade. Comprometidos com a origem da situação que nos trouxe à porta da
bancarrota, fazem o papel de “não fomos nós que destruímos a economia do país” e, com birra, acusam quem tem a
responsabilidade de prover o “remédio” que nos pode salvar a todos.
Quem conhece a História de
Portugal reconhece a situação. Mantivemos mais de uma vez esta nação com metade
da corte amantizada com quem nos queria acabar com a independência,
atravessámos mares com os “velhos no Restelo” a trair quem tinha audácia.
Tivemos sempre dentro de nós o “país do não”, o país das manhãs de nevoeiro em
que a providência resolve as desgraças que nós próprios criámos. E, no entanto,
cá estamos. A assumir as circunstâncias que a realidade nos obriga a respeitar.
A viabilizar um país para que o interesse de todos esteja acima de uma parte. A
lutar para que os entorses sociais de quarenta anos de democracia socialista
não se transformem no país sem direito de escolha a que estávamos condenados
quando caímos na bancarrota.
Título e Texto: Maurício Barra, Forte Apache, 21-01-2013
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