quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Ainda se criam mais empresas do que as que desaparecem em Portugal

Alexandra Machado
Os dados acabam por surpreender. Ainda há mais empresas a serem criadas do que aquelas que fecham. No entanto, os valores estão a ficar muito perto.
Outros dados, noticiados anteriormente, já davam conta do panorama. Ainda se criam, em Portugal, mais empresas do que aquelas que fecham. No entanto, os números estão a aproximar-se.  
O número de empresas criadas em 2012, um total de 31.240, volta a valores de 2010. Segundo dados da Informa D&B, divulgados esta quarta-feira, 30 de Janeiro no Barómetro Empresarial Anual, há um retorno aos números de 2010, depois de um crescimento atípico em 2011 na constituição de empresas, o que a Informa D&B atribui ao efeito das medidas fiscais implementadas no final de 2010 e à nova lei do capital social que favoreceu criação atípica de empresas em 2011.
As sociedades unipessoais são as formas societárias que garantiram mais empresas novas. São mais de 14 mil as sociedades unipessoais criadas em 2012, seguindo-se as sociedades por quotas, com 13,5 mil. Há poucas sociedades anónimas a serem criadas (1.059). A eliminação, em 2011, de capital social mínimo de cinco mil euros - passou a ser exigido apenas um euro por sócio - para a constituição de empresas resultou na constituição de mais de 12,6 mil empresas com capital abaixo dos cinco mil euros.
Por sectores, nota para a subida de 42,8% na criação de sociedades ligadas à agricultura, pecuária, pesca e caça. Em 2012, foram criadas 1.566 empresas neste sector, único que subiu em termos de criação de empresas. Os restantes caíram todos. Na maior parte dos sectores houve mais criação de empresas do que dissoluções. No entanto, na construção houve mais dissoluções e insolvências (3.764) do que criação (2.445). Já no alojamento e restauração, que teve impacto fiscal em 2012, regista-se ainda mais constituições (3.239) do que dissoluções ou insolvências (2.094).
Se foram criadas 31.240 empresas, foram, por outro lado, dissolvidas 18.060 sociedades, o valor mais elevado desde 2003, ano em que começa a base de dados deste barómetro.
Antes das 18 mil empresas dissolvidas em 2012 o valor mais elevado tinha sido registado em 2006 a dissolução de mais de 16 mil empresas.
Se a estas dissoluções juntarmos os 7.266 processos com insolvências iniciadas, então o saldo entre empresas criadas e dissolvidas ou em insolvência é ainda positivo, mas a aproximar-se. Juntando as empresas dissolvidas e em insolvência alcança-se um valor de 25.326 entidades, ou seja, com um saldo líquido de 5.914 entidades.
Nas insolvências iniciadas, segundo dados da Informa D&B, há um crescimento significativo nas insolvências de empresários em nome individual. Os processos subiram 51,2% face a 2011, totalizando 1.420 entidades.  
A Informa D&B faz ainda uma comparação com Espanha, onde se verificou a constituição de 88.713 empresas, um valor 2,8 vezes superior ao protuguês. Já em Espanha as dissoluções aumentaram mais, tendo-se assistido ao desaparecimento de 26.430 empresas.
Título e Texto: Alexandra Machado, Jornal de Negócios, 30-01-2013

Curiosamente, vi na SIC e na TVI a “notícia” sobre as falências, isto é, sobre o aumento das  falências em 2012. As razões? Ficou implícito que todas essas falências se devem, exclusivamente, à crise, quer dizer, ao atual governo. E mutismo completo sobre o número (superior) das empresas que abriram. É phoda!!

Relacionados:

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.

Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.

Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-