José Correia
O que dizer de um jogo em que
o FC Porto inaugurou o marcador aos 4 minutos, chegou aos 2-0 aos 12 minutos e,
sufocou de tal maneira o Gil Vicente, que ao intervalo tinha 83% (!!!) de posse
de bola e a equipa adversária não tinha sequer conseguido fazer um único remate
à baliza?
Isto é jogar à Barça, sem
Messi (no nosso caso sem James), mas com Moutinho a fazer de Xavi, Defour a
fazer de Iniesta e Lucho, mais uma vez, a chegar ao fim do jogo com quase 11
quilómetros percorridos (velhos são os trapos).
A forma como o FC Porto
resolveu o desafio antes do primeiro quarto de hora e depois controlou o jogo
como uma posse de bola estratosférica (em Portugal nunca tinha visto nada
semelhante) é algo verdadeiramente notável, que os comentadeiros desvalorizaram
pondo o ênfase na má exibição (falta de atitude, dizem eles) dos depenados
galos de Barcelos.
Num jogo que os dragões
venceram por uns claros 5-0 (e ainda ficou um penalty por assinalar, num lance
em que o árbitro Paulo Baptista considerou que o Danilo tinha o ombro no...
peito), com 75% de posse de bola e 23-2 em remates, é dificil encontrar aspetos
negativos. É que até o Varela (o elo mais fraco do habitual onze titular)
marcou um golo, após uma excelente assistência de Castro (o médio mais limitado
do plantel).
Elogiar as exibições de
Otamendi, Mangala, Moutinho, Lucho ou Jackson é chover no molhado e, por isso,
desta vez vou destacar outros dois jogadores: Danilo e Defour.
É sabido que Danilo gosta pouco de jogar a lateral-direito (prefere jogar a médio interior, como se diz no Brasil), mas ontem deve ter feito a sua melhor exibição com a camisola do FC Porto. Inaugurou o marcador (após uma jogada individual), sofreu uma carga para penalty (que o árbitro não assinalou) e subiu N vezes pelo seu corredor, sendo na maior parte do jogo mais um ala do que um defesa.
É sabido que Danilo gosta pouco de jogar a lateral-direito (prefere jogar a médio interior, como se diz no Brasil), mas ontem deve ter feito a sua melhor exibição com a camisola do FC Porto. Inaugurou o marcador (após uma jogada individual), sofreu uma carga para penalty (que o árbitro não assinalou) e subiu N vezes pelo seu corredor, sendo na maior parte do jogo mais um ala do que um defesa.
Defour, para além do excelente
golo que marcou, tem uma inteligência tática muito acima da média. Já
substituiu Fernando, Defour e Lucho. Já jogou a médio/ala direito, na habitual
posição de James. Ontem jogou a médio/ala esquerdo, à Iniesta, e mais uma vez
foi aprovado com distinção. Penso que hoje em dia restam poucas dúvidas que
este belga foi uma grande contratação.
Deixo para o fim o treinador
Vítor Pereira. Tão criticado na época passada (incluindo por mim), está a fazer
um excelente trabalho esta época. Sem o jogador mais marcante das últimas
quatro épocas do campeonato português (Hulk), com um plantel curto, com poucas
soluções ofensivas (Ismaylov e Liedson chegaram agora e ainda estão a conhecer
os cantos à casa), tendo de enfrentar lesões prolongadas em jogadores-chave
(Fernando, Alex Sandro, Maicon e James), Vítor Pereira tem sabido ultrapassar
todos estes obstáculos, muitas das vezes sendo obrigado a recorrer à adaptação
de jogadores (exemplos: Mangala a defesa-esquerdo ou Defour em vez de James).
Sinceramente, quando Hulk foi
vendido no início de Setembro, quantos portistas acreditavam que a equipa ia
ter um desempenho ao nível daquele que tem tido até agora?
Título, Imagens e Texto: José Correia, Reflexão Portista, 29-01-2013
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