Esta semana o Governo de
Passos Coelho teve duas boas notícias: a
venda de dívida nos mercados a juros baixos (ou pelo menos bem inferiores à
última antes da troika ainda no tempo de Sócrates) e o défice
público de caixa inferior aos 5% acordados com a troika (muito
inferior aos mais de 10% herdados do tempo de Sócrates e que nos aceleraram
para a bancarrota).
Gosto de receber boas notícias
e depois de uma série de más, sobretudo, de um conjunto de previsões
pessimistas, marteladas pelos opositores até à exaustão e replicadas com toda a
força pelos OCS, sabe bem respirar um pouco casos de sucesso.
Todavia nada de euforias!
Nunca escondi que sou mais
defensor de reformas nas despesas do Estado do que pela austeridade, mas nunca
exclui a necessidade desta última. Na minha opinião, o Governo não só se
atrasou demasiado nas primeiras, como exagerou na segunda. Apesar de tudo,
reformar o Estado vai merecer a mesma intensa oposição que mereceu a
austeridade, vinda de interesses instalados, das sanguessugas do setor público,
dos oportunistas políticos e das esquerdas mais radicais. Hoje viu-se como
procuram, sem qualquer benefício para Portugal, retirar méritos ao
Executivo, desvalorizar e desacreditar os sucessos desta semana, como se não
precisássemos destes para conforto psicológico e, sobretudo, para criar um
clima e perspetivas económicas favoráveis ao investimento. Eles que se diziam
pelo crescimento, tudo têm feito para ver se desmoralizam a sociedade e,
consequentemente, o investidor.
O Governo agora tem dois casos
de sucesso para argumentar que não está tão errado na sua estratégia quanto
muitos diziam, espero que os saiba utilizar a favor do País, mas ainda
acontecerão coisas menos boas, veremos mais previsões pessimistas e ainda há um
risco de uma entidade a não aceitar determinados valores do défice por
critérios estatísticos que não são saldos de caixa e o risco de falhanço não
desapareceu.
Acendeu-se uma luz no fundo do
túnel, mas ainda muitos vão tentar abater o teto deste para que não haja sucesso
para Portugal, pois há, uns por ideologia e outros por interesses pessoais,
quem queira mesmo que Portugal não se reforme neste sentido ou faça força para
que tudo fique na mesma e o País não ultrapasse os problemas que está a
atravessar.
Título e Texto: Carlos
Farias, Forte Apache,
24-01-2013
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