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Yoani Sánchez, ao lado do cineasta Dado Galvão, chega ao Brasil: militantes pró-ditadura no encalço. Foto: Edmar Melo/EFE |
A blogueira Yoani Sánchez desembarcou na madrugada desta segunda no
Aeroporto Internacional Guararapes, no Recife. Um bando de gorilas ideológicos
— é só metáfora; não pretendo ofender os
bichos — resolveu hostilizá-la. Pertencem ao “Fórum de Entidades de
Solidariedade a Cuba” e gritavam “Fora, Yoani”, acusando-a de ser agente da
CIA. Um dos delinquentes tentou esfregar notas de dólares em seu rosto. A súcia
cumpria as ordens do embaixador cubano no Brasil, Carlos Zamora Rodríguez,
conforme relata reportagem de VEJA desta semana.
Quem também deve chegar hoje ao país é Augusto Poppi Martins, um dos
coordenadores da Secretaria-Geral da Presidência. É auxiliar direito do
ministro Gilberto Carvalho. Poppi esteve presente à reunião havida na embaixada
de Cuba em que se organizou uma tramoia para desqualificar Yoani. O rapaz saiu
de lá levando um disquete com um dossiê contra a cubana. Uma de suas
especialidades é justamente a guerra na Internet. Poppi estava fora do Brasil
porque participava de um seminário sobre o tema. Onde? Ora, em Cuba! Na reunião
havida na embaixada, Rodríguez afirmou ainda que agentes cubanos estarão no
encalço da blogueira enquanto ela estiver no Brasil. Tanto a reunião como a
perseguição são ilegais. Trata-se de uma ofensa à soberania brasileira.
Vamos ver o que o que dirá a Secretaria-Geral da Presidência. As
oposições já se mobilizaram para cobrar explicações do governo. Leiam texto
sobre a chegada de Yoani publicado na VEJA.com.
Após cinco anos e 20 negativas do regime cubano de viajar para o
exterior, a dissidente, jornalista e blogueira Yoani Sánchez chegou na
madrugada desta segunda-feira ao Brasil, primeira parada de uma viagem de 80
dias que a levará a uma dezena de países da América e da Europa.
Depois de pegar um voo na Cidade do Panamá, Yaoni, de 37 anos,
desembarcou no Aeroporto Internacional Guararapes, no Recife, onde foi recebida
por amigos e pelo diretor Dado Galvão, que convidou a cubana para vir ao Brasil
participar da exibição do documentário Conexão Cuba-Honduras na noite desta
segunda, em Feira de Santana (BA). Yoani é uma das entrevistadas do filme, que
trata da falta de liberdade de expressão nos dois países.
Acostumada a enfrentar a perseguição do regime comunista em seu país
natal, onde já foi presa e torturada por escrever sobre as dificuldades do povo
cubano provocadas pela ditadura dos irmãos Fidel e Raúl Castro, Yoani Sanchéz
foi surpreendida no aeroporto por um protesto de um pequeno grupo de militantes
em defesa da ditadura castrista e contra sua presença no Brasil.
No saguão, a militância do chamado “Fórum de Entidades de Solidariedade a
Cuba” recebeu a blogueira com gritos de “Fora Yoani” e a acusou de ser agente
da CIA, o serviço de inteligência dos Estados Unidos. Em um ato grosseiro, um
integrante do grupo tentou esfregar notas falsas de dólar no rosto da cubana,
que reagiu de modo a valorizar a liberdade de expressão inexistente em Cuba:
“Isso é a democracia. Queria que em meu país pudéssemos expressar opiniões e
propostas diferentes com esta liberdade”.
Nos sete dias em que ficará no Brasil, no entanto, Yoani Sanchéz não está
livre das perseguições do regime cubano, como revela reportagem de VEJA desta
semana. O governo de Havana escalou um grupo de agentes para vigiá-la e
recrutou outro com a missão de desqualificar a ativista por meio de um dossiê
com características patéticas – o documento a acusa de ir à praia em Cuba,
tomar cerveja e aceitar premiações internacionais concedidas a defensores dos
direitos humanos. O plano para espionar e constranger Yoani Sánchez foi elaborado
pelo governo cubano, mas será executado com o conhecimento e o apoio do PT, de
militantes do partido e de pelo menos um funcionário da Presidência da
República.
Turnê
Do Recife, Yaoni seguirá inicialmente em avião para Salvador e, de lá, irá de carro até Feira de Santana, cidade de 557.000 habitantes, a 116 quilômetros da capital baiana. A viagem da blogueira, uma das vozes mais críticas da ilha, foi possível devido à reforma migratória vigente desde o dia 14 de janeiro em Cuba.
Do Recife, Yaoni seguirá inicialmente em avião para Salvador e, de lá, irá de carro até Feira de Santana, cidade de 557.000 habitantes, a 116 quilômetros da capital baiana. A viagem da blogueira, uma das vozes mais críticas da ilha, foi possível devido à reforma migratória vigente desde o dia 14 de janeiro em Cuba.
No ano passado Yaoni tentou visitar o Brasil para participar da
apresentação do documentário e, apesar de receber o visto de entrada
brasileiro, as autoridades cubanas voltaram a negar-lhe a permissão de saída. A
blogueira terá no Brasil uma intensa agenda que inclui sua participação em
conferências e debates sobre liberdade de expressão e direitos humanos, e
também vai divulgar o livro De Cuba, com Carinho, uma coletânea de seus textos
sobre o triste cotidiano do povo cubano.
Na quarta-feira ela fará turismo em Salvador e depois virá a São Paulo,
onde tem atividades até sábado. A viagem de Yaoni Sanchéz pelo mundo também
inclui México, Peru, Estados Unidos, República Tcheca, Alemanha, Suécia, Suíça,
Itália e Espanha, onde entre outros eventos participará na cidade de Burgos de
um congresso sobre internet entre 6 e 8 de março.
Título, Imagem e Texto: Reinaldo Azevedo, 18-02-2013
#Cuba Los
minutos siguen siendo tan intensos como horas. Muy lindo todo!
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