Como a água na nascente, desde
os primeiros momentos de vida vamos criando nosso próprio caminho, entre
pedras, rochas ou grãos de areia, mas ninguém o trilha com a mesma inclinação,
velocidade, intensidade, quantidade ou transparência.
Dependendo do trajeto
escolhido, podemos nos tornar cada vez mais limpos, ou sujos, turvos,
destruindo a natureza por onde passamos, transportando raízes, galhos e folhas
das nossas margens, mas com isso também alimentando aqueles que em nós vivem.
Os caminhos entre as rochas
são mais difíceis, e quando escolhidos, em muitos locais vão criando a
necessidade de um represamento, um volume maior, que gerará mais força e
provocará o rompimento das barreiras existentes e uma agora grande velocidade.
O maior volume das águas,
pernas ou braços, facilitará o rompimento dos próximos empecilhos, mas também
criará a possibilidade de maiores destruições do que estiver em seu caminho, o
que certamente sujará seu leito, seu interior e exterior.
Entretanto, escolhendo o
caminho arenoso, durante o percurso iremos sendo filtrados, nos tornando cada
vez mais transparentes, límpidos e de absorção mais fácil, prazerosa e saudável
a todos que nos acompanham ou circundam.
O mesmo ocorre na vida, quando
a cada distância ou etapa percorrida, novas águas vão se juntando às nossas,
sujando-as ou tornando-as mais límpidas, e outras das que já nos acompanhavam
vão sendo absorvidas pelo solo, ou se evaporando, deixando a terra.
A escolha do caminho a ser
percorrido provoca consequências e influenciará outras, e assim sucessivamente,
numa cadeia de erros e acertos que determinará o resultado final da existência
dos que atingem o oceano e deixaram de existir isoladamente, passando a fazer
parte de um universo muito maior.
Lá, a opacidade ou
transparência das águas ou dos homens, não mais importarão, serão facilmente
diluídas, absorvidas pelo mar ou pela terra, e já não poderão ser vistas
isoladamente, farão parte, agora, de azuis infinitos.
Assim como o encontro das águas de dois rios gera um novo volume e consequentemente uma força muito maior, com maior capacidade de transportar as impurezas e também de alimentar todos os que carregam, quando duas pessoas caminham juntas e com os mesmos objetivos, possuem mais forças para superar as dificuldades e podem se ajudar, suportando suas dores com maior facilidade e dividindo entre si as alegrias das vitórias.
Mesmo quando cansadas diante
de uma nova dificuldade, aquela que possui as pernas mais fortes, valentes,
incentiva à outra a dar mais um novo passo, outro, e outro, fazendo-a, assim,
alcançar seu destino final, seu objetivo.
No amor, a união de forças,
dedicação e cuidados mútuos, com apoios físicos, morais e gestos de carinho,
fazem o mais fraco caminhar ao lado do mais forte até a conclusão do trajeto de
modo mais seguro, calmo, tranquilo e feliz.
Em sua procura passamos por
diversas ladeiras, quedas, curvas, retas, momentos de calmaria ou agitação, mas
sempre, com maior ou menor intensidade, continuamos a busca.
Como no amor, quando duas águas se encontram, o rio se torna um só e
elas serão indivisíveis.
Título, Imagem e Texto: João Bosco Leal, 09-8-2013
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