segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

“Financial Times” diz que Portugal é o herói-surpresa da retoma na Zona Euro


Jornal de Negócios
O aumento das exportações e o bom desempenho no sector do turismo justificam esta visão.
“As despedidas por entre lágrimas tornaram-se comuns no aeroporto da Portela, em Lisboa. Três anos de austeridade castigadora e de profunda recessão impulsionaram um êxodo, estimando-se que cerca de 200 jovens licenciados e outro tipo de emigrantes saiam diariamente do País”. É assim que começa o texto do “Financial Times” sobre Portugal, onde o País é contudo retratado como a grande supresa do euro em matéria de recuperação.

E por quê? Perto do aeroporto, sublinha o jornal britânico, os atarefados terminais de carga e os movimentados centros comerciais “revelam um aspecto menos conhecido do penoso ajustamento económico que Portugal está a fazer, no âmbito do programa de resgate internacional, no valor de 78 mil milhões de dólares: níveis recorde no crescimento das exportações e do turismo ajudaram a que o país se tornasse o herói-surpresa da retoma na Zona Euro”.

E prossegue: “o crescimento homólogo de 1,6% no último trimestre de 2013 superou qualquer outro membro da Zona Euro, incluindo a Alemanha, ao passo que esse mesmo crescimento, face ao trimestre anterior, foi de 0,5%, sendo ultrapassado apenas pela Holanda e arrasando as estimativas dos economistas, que apontavam para um aumento de apenas 0,1%”.

O jornal recorda também a descrição que Christian Schulz – economista sénior do Berenberg – fez de Portugal, ao classificá-lo como “a nova vedeta do crescimento na Zona Euro” e ao dizer que a crise da dívida soberana na União Europeia tem sido “a servente da mudança”, obrigando os Estados-membros, como Portugal, a procederem a “reformas estruturais profundas” e a melhorarem a sua competitividade nas exportações.

Portugal, e não a Espanha, é a maior surpresa positiva na periferia do euro”, afirmou recentemente Ralph Solveen, economista do Commerzbank, citado pelo “FT”. “Ao contrário de Espanha, a taxa de desemprego já desceu significativamente e o emprego tem estado a crescer desde a Primavera”, acrescentou Solveen.

Ainda sobre as exportações, o jornal britânico dá como exemplo o sector do calçado [crescimento de 8% em 2013], “que usa o aeroporto da Portela para enviar encomendas individuais a clientes de topo, como a realeza britânica, e a celebridades, como David Beckham e Madonna.

E Portugal está também a atrair mais visitantes, sublinha o “FT”. “Em Julho do ano passado, nas entranhas daquela que foi a mais dura recessão que o país viveu em 40 anos, abriu uma nova área comercial no aeroporto da Portela, com 20 lojas ‘chiques’, para servir o crescente número de turistas”, sublinha.
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Título, Imagem e Texto: Jornal de Negócios, 17-02-2014

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2 comentários:

  1. Não se trata já de uma espécie de campanha eleitoral antecipada ou será que pensam que somos todos burros? Os jovens que emigraram, os reformados espoliados das suas reformas, os desempregados, os que recebem a esmola de pensões irrisórias não pensarão assim com certeza! Elisa

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  2. Próxima matéria do Financial Times:
    Portugal está com uma inflação de 15%, os jovens continuam emigrando, coisa que nunca aconteceu nesse país, pois como TODOS sabemos Portugal nunca foi um país de emigrantes – a história dos Descobrimentos, TODOS sabemos foi uma farsa montada pelos neoliberais d'antanho...

    E os jovens que hoje emigram (e vão continuar) vão para países como o Afeganistão, Mali, República Centro-Africana... e vivem em condições desumanas... de dar dó mesmo! E o culpado é Pedro Passos Coelho, um homem que conseguiu em três anos SÓ, desbaratar a riqueza e os cofres abarrotados de ouro e outras especiarias das Índias que lhe deixaram.
    Portanto, e para concluir, que os especialistas em amealhar ouro e outras especiarias das Índias, voltem para o governo. Pois assim seremos todos felizes e iremos todo o santo dia aos aeroportos, às estações ferroviárias e rodoviárias, recepcionar os valentes e intrépidos compatriotas que foram obrigados a emigrar para aqueles países citados onde comeram o pão que o diabo amassou...
    Ah, ia esquecendo, e TODOS os portugueses (mas só os que morem em Portugal) receberão, não esmolas, mas salários, sim senhor! Eu disse TODOS, pois TODOS têm o direito de viver... dignamente!
    Que chegue logo essa alegria de viver!

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