Rudolfo Rebelo
Nunca ninguém (bolas... pelo
contrário!) esteve contra o consumo privado. Portanto, se o consumo privado foi
uma mola do surpreendente crescimento da Economia no último trimestre de 2013,
catita! No entanto, importa ver que "tipo" de consumo se trata...
O sustentado por cartões de
crédito ou por dívida bancária?
Ou o apoiado pelo aumento do
emprego (crescem rendimentos), pela diminuição da poupança, ou, ainda, pela
substituição de importações? O primeiro modelo foi o que nos conduziu ao
endividamento interno, sucessivos défices externos e, por fim, à bancarrota.
Os dados, escassos, do INE,
dizem-nos, ainda assim, que o consumo privado cresce em paralelo com o aumento
do emprego e com uma trajectória mais saudável da poupança. E, há uma substituição
de importações principalmente na indústria agro-alimentar.
Agora, O INE diz-nos algo
mais. Está em marcha, uma alteração do perfil estrutural da economia
portuguesa, bem mais importante (para mim) do que a reforma do Estado (esta
vai-se fazendo, dado as restrições). É que a economia cresceu, cito o INE,
graças ao "contributo da procura externa líquida". Ou seja,
traduzindo, as exportações cresceram mais que as importações, existiu mais
valor acrescentado no País. É este sector da actividade (que já representa 40%
da economia) a locomotiva da recuperação.
Já agora, um desabafo... fico
surpreendido quando vejo economistas (os mesmos que falavam em "espiral
recessiva") a refugiarem-se no suposto efeito das "refinarias da
Galp" como explicação para a preponderância no crescimento do PIB, via
exportações. Nada mais falso e ignorante (admito que um não-economista diga
isto, mas na boca de um economista ou político é um disparate). O valor
acrescentado que este sector (refinação) deixa no País é diminuto. Muito menor
que o de uma AutoEuropa... Cuja produção e exportações caíram imenso em 2013
(efeito exterior) e que em 2014 deverá recuperar.
Texto: Rudolfo Rebelo, 16-02-2014
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