quinta-feira, 10 de abril de 2014

Achando-se avassalado pela formosura de Jônia

Enquanto o sábio arreiga o pensamento
Nos fenômenos teus, oh Natureza,
Ou solta árduo problema, ou sobre a mesa
Volve o sutil geométrico instrumento:

Enquanto, alçando a mais o entendimento,
Estuda os vastos céus, e com certeza
Reconhece dos astros a grandeza,
A distância, o lugar, o movimento:

Enquanto o sábio, enfim, mais sabiamente
Se remonta nas asas do sentido
À corte do Senhor onipotente:

Eu louco, eu cego, eu mísero, eu perdido
De ti só trago cheia, ó Jônia, a mente;
Do mais, e de mim mesmo ando esquecido.

Bocage

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